Prefeitura alega danos a patrimônio e sugere outros pontos para blocos de rua
Em nota oficial, a Prefeitura de Campo Grande afirmou que não impede a realização do "Enterro dos Ossos" do bloco Capivara Blasé, marcado para amanhã, na Esplanada Ferroviária. Sustentando que apenas acatou o parecer do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) que desautoriza o uso do local por parte dos foliões, a Prefeitura não quer se responsabilizar por evetuais danos ao patrimônio histórico, pedido feito pelo Iphan.
Na tarde de ontem, estiveram reunidos instituições policiais, representantes do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), da Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) e a organização do bloco Capivara Blasé.
"Eles falaram que iam desautorizar o Carnaval na região da Esplanada, por depredação do patrimônio e reclamação dos moradores e que o Iphan só poderia liberar se alguém se responsabilizasse em cuidar e nisso cada instituição começou a colocar que não deveria fazer Carnaval ali", explica o criador do bloco, Vitor Samudio.
Na segunda-feira, o bloco que existe desde 2014 foi recorde de público na rua, levando 25 mil pessoas para a região da Esplanada. No dia seguinte, horas depois do término do Cordão Valu, que ocupa a mesma área, um conflito entre policiais e foliões terminou em confusão com direito a uso indiscriminado de gás lacrimogênio, além de truculência.
"Como terça à noite foi a gota d'água, eles começaram a cobrar licença ambiental, do Corpo de Bombeiros e dizer que estávamos irregulares. É uma festa popular, uma manifestação coletiva. Os blocos saem no País inteiro e alegaram toda essa burocracia", pontua Samudio.
Ainda segundo o criador do bloco, ninguém quis se responsabilizar. "Deveria ser eles, a Segurança Pública, que está abrindo mão de fazer a segurança pública. Eles estão abrindo mão, tirando o corpo fora e ninguém quer ser responsável", enfatiza Samudio.
Dentro das várias alegações, a Prefeitura sugeriu de fazer na Praça do Papa, Cidade do Natal ou ainda na Orla Ferroviária, na Avenida Mato Grosso com a Calógeras. "E não dá para fazer isso, porque muito do bloco vem desse processo de ocupação daquele espaço público e não é deste Carnaval, já vem de anos e existe um sentimento de pertencimento. Tirar, descaracteriza o bloco. Custa o poder público garantir a segurança do bem estar das pessoas?" questiona Vitor.
Não há uma "proibição", mas caso haja a festa, o bloco precisa arcar com as consequências. "O tom é este: se fizer, interditamos, entramos com ação", acrescenta.
Uma reunião ainda deve acontecer hoje para definir a situação.
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