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Diversão

Rock show reabre com encontro de gerações e preciosidades em vinil

Aline Araújo | 09/08/2014 17:00
Bosco e Marcelo, os sócios da nova Rock Show. (Foto: Marcelo Victor)
Bosco e Marcelo, os sócios da nova Rock Show. (Foto: Marcelo Victor)

A reinauguração da loja Rock Show teve sentimento de nostalgia e encontro de gerações apaixonadas pelo rock. A loja, que faz parte da história cultural de Campo Grande, reabriu as portas depois de três anos fechada.

Os amigos Bosco Ferreira de Melo, 56 anos, e Marcelo Chaves, de 25, decidiram transformar a paixão por vinil em sociedade. Proprietário da antiga Rock Show, Bosco já queria reabrir a loja, mas faltava um empurrãozinho. O incentivo da esposa Marcia e a certeza da parceria de Marcelo, era o que faltava para o projeto sair do papel.

“Quando a rock show fechou a gente ficou órfão e hoje eu não tenho nem palavras para explicar a alegria de fazer parte disso aqui”, relata Marcelo, o guitarrista passou de cliente e amigo de Bosco para parceiro de negócios.

Amigos apareceram para comemorar a reabertura da loja. (Foto: Marcelo Victor)
Amigos apareceram para comemorar a reabertura da loja. (Foto: Marcelo Victor)

Depois de fechada a parceria, foi uma correria para organizar tudo a tempo. A loja, considerada por muitos um santuário do rock na Capital, ganhou uma cara nova, mas com elementos que lembram sua história, como posters emoldurados da banda Alta Tensão de 1981, onde Bosco era baterista.

Na parede, vinis com fotos de álbuns decoram o ambiente e se misturam com o colorido das capas dos discos expostos para venda. Entre as raridades estão dois LPs da Alta Tensão que já estão fora de catalogo, Metalmorfose de 1985 e Nigéria de 1990, cada um custa R$ 150,00. Também é possível encontrar nas pratilheiras o primeiro álbum dos Secos e Molhados (R$ 75,00) e o primeiro e o quarto discos da carreira da banda Black Sabbath.

Bosco e o acervo de vinis. (Foto: Marcelo Victor)
Bosco e o acervo de vinis. (Foto: Marcelo Victor)

Ponto de encontro - Mais que um local de comércio, a loja ganhou ao longo dos anos o status de ponto de encontro. Não só da galera que curte rock em Campo Grande, mas também das bandas que nasceram na cidade ao longo dos 28 anos de história da Rock Show. “Foi maravilhoso quando fiquei sabendo que iria reabrir. Aqui sempre foi o point para vir no final de tarde!”, comenta Nilson Oliveira Jr, mais conhecido como Nilsão, de 41 anos.

Ele conheceu a loja em 1990 quando tinha 17 anos. “Já larguei muito salario aqui”, brinca. Colecionador de CDs e vinis, ele já tem mais de mil exemplares e a coleção só tende a crescer. Ex-sócio do Bar Fly, ele diz ver a Rock Show como um bom lugar para promover o encontro de gerações. “É uma ótima opção de lazer, vir aqui no sábado a tarde, conhecer pessoas que gostam das mesas coisas e bater papo”.

O arquiteto Conrado Mendes, de 26 anos, é um exemplo desse intercâmbio entre gerações. “Eu vinha desde pequeno com o meu pai, Luiz Magno, lembro que ele jogava bola com o Bosco, o Almir Sater e uma galera nesse gramado ai da frente. Era muito legal”, relembra. Agora, adulto, ele pretende aproveitar para curtir os encontros na loja com outra percepção.

Janaína Monteiro dos Santos, de 31 anos, também participou da história da loja. “A primeira vez que eu vim eu tinha 13 anos, foi com o Fernando da banda Catastrofe. Foi um dos primeiros lugares que eu conheci pra sair. Ver reabrindo é motivador, perceber que o rock de Campo Grande vai ganhar essa força”, avalia.

A loja irá realizar todo mês um pocket show, para voltar a movimentar a turma do rock na cidade. “Será um show menor com menos produção, um equipamento coletivo, mas com a qualidade das bandas daqui”, explica Bosco. Na reinauguração, o som ficou por conta das bandas Barata Tonta e Euphoria.

A Rock Show fica na avenida Afonso Pena número 2949, próximo ao obelisco de Campo Grande.

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