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Diversão

Tem gente largando carro para ter a “rodinha” que chega a 50 km/h

Empresário desistiu de comprar carro novo e adotou monociclo como veículo principal em Campo Grande

Aletheya Alves | 12/05/2022 07:05

“Aquele cara que anda naquele negócio”, é assim que o empresário Alexandre Tezeli da Nova, de 36 anos, acaba sendo definido ao ser visto circulando pelas ruas de Campo Grande em seu monociclo elétrico. Apaixonado pelo veículo, ele abandonou a ideia de comprar um novo carro e investiu R$ 17 mil no monociclo adequado para usar no cotidiano.

Desde outubro do ano passado, Alexandre cruza a cidade em cima da “roda” que chega a 50 km/h. Foi nessa época que ele trocou o monociclo antigo, que tinha apenas para lazer, pelo modelo atual.

Antes de chegar ao veículo mais avançado, o empresário detalha que ficou por três anos com uma versão menor e limitada. E depois de se frustrar com os preços de carros, decidiu usar o dinheiro que estava guardando para mudar o modo como se locomovia na cidade.

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Depois de ir em concessionárias, fiquei tão desanimado vendo que não ia conseguir melhorar de verdade dando meu antigo carro com dinheiro. Pensei e lembrei de ter visto alguns monociclos bons, de alta performance, aí fui dar uma olhada e descobri que o mercado tinha evoluído muito", conta Alexandre.

Sem prolongar a espera, o empresário escolheu naquela mesma noite o modelo que iria comprar e fez o pedido. “Abandonei o projeto do carro e foi a melhor coisa. Hoje, meu carro está pegando teia de aranha na garagem”, brinca.

Em relação à dificuldade para se acostumar com o veículo, ele garante que tudo depende da vontade de cada um. “Eu aprendi no mesmo dia. Comecei andando apoiando as duas mãos na parede, depois com uma só, soltava um pouco e voltava para a parede. Fiquei meia hora nesse processo, aí depois você entende que não é difícil ficar nele, que é mais medo.”

Devido à facilidade proporcionada pelo monociclo, conforme ele explica, o carro se torna necessário apenas em dias de chuva ou quando precisa transportar coisas pesadas. Sem ser nessas situações, o monociclo predomina em seu cotidiano.

Pensando nas vantagens, Alexandre diz que se sente mais livre para circular pela cidade, economiza na gasolina e costuma chegar mais rapidamente aos lugares. “É bem mais gostoso do que andar de carro. Você não pega trânsito, não se preocupa com interdição, porque pode usar calçada. Foi a melhor coisa que fiz, não me arrependo.”

Monociclo de alta performance custou R$ 17 mil. (Foto: Marcos Maluf)
Monociclo de alta performance custou R$ 17 mil. (Foto: Marcos Maluf)

Antes, quando usava apenas o carro, o empresário conta que gastava quase R$ 900 em combustível e hoje, o valor caiu para cerca de R$ 280.

Assim como diz ser positivo passar entre outros veículos no trânsito, o empresário detalha que é necessário triplicar a atenção para não correr tantos riscos. Por não possuir nenhum tipo de proteção no veículo em si, as chances de acidentes complicados são ainda maiores.

“Você tem que dirigir pelos outros, tem que ver se a pessoa vai passar o pare, se ela está te vendo. Tem que ficar esperto, porque você não tem para-choque nenhum”, diz.

De acordo com o empresário, até agora, ele não sofreu nenhum acidente complicado no trânsito e se lembra apenas de uma situação. “Fui passar em um lugar muito estreito e o pedal pegou no pneu do carro, mas o monociclo caiu e eu saí correndo. Nada sério aconteceu.”

Gastos envolvidos e história até agora

Por ser recarregado na energia elétrica, os gastos do veículo são com a troca de pneu, como Alexandre narra. Ele explica que o pneu dura cerca de 4 mil km e custa R$ 300.

No caso do empresário, seu último pneu foi comprado há 7 meses e usado em cerca de 5 mil km. “Eu uso para tudo, desde vir para o trabalho até resolver as coisas durante o dia”, diz.

Alexandra usa o veículo com capacete e luvas. (Foto: Marcos Maluf)
Alexandra usa o veículo com capacete e luvas. (Foto: Marcos Maluf)

Antes do veículo atual, ele conta que conheceu por coincidência vendo vídeos no YouTube e desde então se encantou.

“Na hora que vi, eu pensei que era fantástico e que precisava ter um. Na época, era R$ 3 mil e o modelo era muito ruim, então não comprei. Já em 2018, eu lembrei e fui atrás de ver. Achei na Internet e já comprei, também era R$ 3 mil, mas em um modelo mais novo e melhor”, conta.

Alexandre detalha que o outro monociclo chegava a 20 km/h e a bateria durava pouco tempo. Já o atual consegue ser usado por até três dias. De acordo com o empresário, todos os modelos são encontrados para compra na internet.

Mais vídeos do empresário treinando e andando pela cidade estão disponíveis em seu perfil no Instagram, @euc.alex.

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