Amado ou odiado, festival mostra que segredo é usar a dose certa do pequi
Típico em Mato Grosso do Sul e em todo o Cerrado, o pequi é amando por uns e odiado por outros, não tem meio termo. Ele até pode ser bastante utilizado em nossa cozinha, mas algumas pessoas não gostam nem de passar por perto dele por causa do forte cheiro.
No Armazém Cultural, para comemorar o Dia Nacional do Cerrado, celebrado ontem, acontece a 1ª Feira do Pequi, realizada pelo Instituto Marista de Solidariedade. Lá, diversos pratos com o fruto são servidos até este sábado (12), para despertar, talvez, uma paixão adormecida pelo fruto. Um exemplo é o frango cremoso que utiliza o pequi para um toque mais exótico.
A ideia é do movimento Slow Food, criado para valorizar a culinária artesanal, feita com calma e valorizando o regionalismo.
Segundo o estudante de gastronomia Anderson Medeiros o segredo de utilizar o fruto nos pratos está na dosagem. “O pequi reina nos pratos em que é usado, ele tem um gosto muito forte e se não for dosado corretamente ele irá roubar o sabor dos outros ingredientes”, explica.
A época do pequi é curta, em Mato Grosso do Sul ele só nasce em dezembro e janeiro, mas pode ser congelado para ser utilizado o ano inteiro. “É só descascar e congelar, assim ele não estraga”, ensina Anderson.
Mas é preciso ter cuidados na hora de prepará-lo para ser guardado ou usado como ingrediente, pois o fruto tem espinhos e também uma grande carapaça que o envolve.
Mesmo tendo o sabor forte e marcante o sul-mato-grossense que é acostumado a comer o fruto sabe que o pequi pode ser combinado com quase tudo. É comum ver as pessoas preparando-o junto com arroz, mas ele pode ser feito junto frango, macarrão, feijão e em outros inúmeros pratos.
“Com peixe ele não vai ficar bom, porque o peixe também tem um sabor muito forte, um com certeza vai roubar o sabor do outro”, exemplifica Anderson. Alguns temperos, como o coentro, também não combinam com o fruto.
Para amenizar o gosto do fruto alguns truques podem ser ajudam. Como no frango feito na feira, pode ser utilizado o leite ou algum derivado para suavizar o pequi, ainda mais para quem não é fã dele. “Nós fizemos um creme de ricota aqui, mas pode ser utilizado um requeijão pronto também. O leite faz com que o gosto do pequi não fique tão acentuado, é ideal para as pessoas que não gostam muito do fruto”, informa Anderson.
A Feira do Pequi pode ser visitada no Armazém Cultural das 18 horas até às 22 horas nesta sexta-feira e das8 horas às 13 horas neste sábado. O Armazém Cultural fica no início da avenida Calógeras, 3.045, Centro.