Casa de espetinho na Orla Morena tem torresmo em fatias e cardápio em inglês
Tudo começou com um desejo. Casar! E o amor nasceu muito rápido. Eles se conheceram na igreja. Depois, ela acabou batendo o carro em frente a casa dele. Daquele dia, até o noivado, foram seis meses. Mas quem casa quer casa, mas nem somando o salários de funcionária pública com o de professor de judô era possível dar entrada no imóvel e ainda se manter. Foi quando o sogro dele deu a ideia.
"Por que vocês não abrem um negócio?", sugeriu. "Só se for de comida!", retrucou Elisângela Ferreira, de 24 anos. O noivo, Luis Fernando da Silva, de 30, pensou no espetinho. No início, era para ser uma ou duas opções, mas hoje o cardápio tem mais de sete tipos de espetos, de frango, de carne, linguiça, de kafta, de coração... Mas o sucesso da lanchonete é uma porção de torresminho fatiado, bem fininho e sequinho, servido com mandioca.
“Não tem segredo, a gente tem um fornecedor que trás os torresmos de São Paulo e vende para poucas pessoas. Depois tem o ponto certo, se tirar antes, ele fica chocho e se passar, ele queima”, explica Luis.
A porção, servida com mandioca, limão e creme de alho caseiro, custa R$ 15,00.
A casa de espetinhos fica ao lado de um Hostel, por isso, eles recebem sempre clientes de outros lugares do mundo. Para não decepcionar, tem até um cardápio em inglês. A vizinhança já rendeu muita história.
Teve uma vez que uma cliente não falava nem inglês, até hoje eles não sabem qual a nacionalidade dela, mas a mulher teve de ir até a cozinha para escolher, olhando o que queria. No dia, a comunicação foi difícil, mas no final deu tudo certo. Teve um coreano que durante o tempo que ficou por aqui, jantava toda a noite no restaurante do casal, eles não trocavam uma palavra, mas a amizade nasceu na mimica diária.
Elizangela faz questão de cuidar pessoalmente de tudo que é feito na cozinha. Como sempre gostou, decidiu se dedicar em tempo integral ao negócio. Luis Fernando continua acordando cedo todos os dias para dar aulas de Judô, mas à noite é ele quem cuida da churrasqueira.
O negócio foi crescendo aos poucos, com a ajuda da família que ia trabalhar no começo. Depois, eles montaram uma equipe. “A gente pensou em resolver uma coisa de cada vez, vender o suficiente para pagar o aluguel, a água e a luz, e aos poucos tudo foi dando certo”, comenta.
A casa já tem um ano de funcionamento e tudo vai bem. O noivado vai ser em agosto e o casamento no ano que vem.
“A gente já conhece alguns clientes pelo pedido e sempre que saímos, na segunda-feira, que é o nosso dia de folga tentamos aprender mais. A gente quer tratar os nossos clientes do mesmo jeito que gostaríamos de ser tratados”, conta Elizangela.
O lugar é aberto e por ficar em frente a Orla Morena, o movimento é constante. A casa foi um achado, que apesar de ter dado trabalho com a reforma, abriga bem a proposta de servir espetinho a preço acessível, R$7,00 e R$9,00.
O Rei do Espetinho fica na Avenida Noroeste, 575, na Orla Morena.