Clássicos da culinária espanhola e vinhos fazem restaurante no Jd. dos Estados
Em meia hora, o chef Jordi Armengol prepara uma paella de perturbar os olhos. O prato, um clássico espanhol, tem mexilhões ainda na casca, camarões grandes, lulas e generosos pedaços de carne suína e frango.
O segredinho são 2 molhos, um com alho, azeite e salsa, já na fritura do arroz arbóreo. Depois, o cozimento em fogo baixo é regado com caldo de carne e frutos do mar, além de pimentões vermelhos e amarelos, mais alho e cebola.
A fome nem é tanta, mas diante de um prato tão bonito e cheiroso, a água na boca fala mais alto, ainda às 11 horas da manhã. Jordi faz tudo com tanto cuidado que sabe até os minutos certos para a panela ficar com aquela raspinha do arroz ao fundo.
Com a travessa ainda pegando fogo, ele serve o Lado B em uma varanda que alinhava o almoço mediterrâneo. O prato é saboreado sob um emaranhado de folhas do pé de maracujá, plantado por Jordi quando resolveu se instalar na casa também de estilo clássico, na avenida dos Estados, em Campo Grande.
O restaurante El Consul Catalan é encantador, como uma parada original em dias de férias à beira mar. O salão, na entrada da casa, tem uma iluminação intimista e detalhes, muitos detalhes para o transporte à Espanha.
Na parede estão fotos, cédulas antigas e objetos de decoração de “200, 300 anos”, conta Jordi. Até o sino de mão, na cozinha do restaurante, veio da terra natal, junto com o dono, há um ano.
Depois de 35 anos no ofício de cozinheiro, o espanhol casou com uma brasileira, comprou terras em Camapuã e acabou em Campo Grande, com o El Consul Catalan.
O português já foi aprendido, mas o sotaque espanhol e os trejeitos vêm à tona junto com as recomendações a quem quer agradar o chef no restaurante. Beber refrigerante ou cerveja, junto ao prato principal, é algo que ainda causa estranheza a Jordi.
“Não combina. Tem de ser vinho ou água. O duro é quando a pessoa pede vinho e depois um balde de gelo. É pra acabar comida quente com bebida gelada”, reclama.
Na carta de vinhos, os espanhóis são maioria. Para quem quer o aperitivo, a Sangria é a dica da casa.
Mas a cerveja teve de ser colocada também na geladeira, assim com os refrigerantes e os sucos. “As pessoas pedem. Mas por mim, só venderia vinho”, comenta Jordi.
Mas o cardápio é clássico. Além da paella, há Cabrito Assado (R$ 29,90), Bacalhau Espanhol (R$ 39,00), Lula Romana (R$ 29,90) e outros pratos com carne vermelha e frutos do mar. Os preços são de pratos individuais.
O restaurante abre de terça a domingo, para o jantar. Mas quem quiser um fim de tarde diferente, pode agendar pelo telefone 32010228.