ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, QUINTA  28    CAMPO GRANDE 31º

Sabor

Com pão de queijo recheado e café de graça, "Beagá" é o jeitinho mineiro aqui

Naiane Mesquita | 21/09/2015 06:35
Cada café é coado na hora e na xícara do cliente. Quem quiser pode deixar um pago para que o próximo cliente possa ganhar de graça (Foto: Fernando Antunes)
Cada café é coado na hora e na xícara do cliente. Quem quiser pode deixar um pago para que o próximo cliente possa ganhar de graça (Foto: Fernando Antunes)

O sabor, ela garante que é igual ao de Minas Gerais. Quem viveu por aquelas bandas também admite que o pão de queijo lembra muito ao da famosa culinária brasileira. Recheado, ele segue a tradição, com opções de doce a salgado, de acordo com a preferência do cliente.

A sugestão de Márcia Centurião do Carmo Duarte, cozinheira e proprietária da lanchonete "Beagá – Pão de Queijaria", é sempre a mesma, o carro-chefe da casa: carne seca com purê de abóbora cambotiá. Suave, o sabor se mistura a massa ao menor toque e tudo isso sai no tamanho médio, por R$ 4,50.

Pão de queijo recheado com carne seca e purê de abóbora cambotiá
Pão de queijo recheado com carne seca e purê de abóbora cambotiá

Toda essa história de criar a Beagá partiu de Márcia, que tem as raízes ainda bem profundas em Minas Gerais.

A família da campo-grandense nasceu na Zona da Mata, na pequena cidade de Muriaé. “Meus pais vieram de lá e na verdade aqui é em homenagem a eles, principalmente ao meu pai, que já faleceu”, conta a cozinheira.

De sorriso fácil, Márcia só enche os olhos de lágrimas quando lembra com saudade do pai. “Ele gostava muito. Na verdade dizia que eu tinha puxado os dotes da minha avó, Marinhinha”, relembra.

A vida toda trabalhando com nutrição animal, ela resolveu há pouco mais de 1 mês investir no próprio negócio. “Todos os ingredientes eu trago de Minas Gerais, até a pururuca vem de lá. O café é coado na hora, outro carro-chefe nosso. Cada cliente tem o seu café, com o seu coador e é servido na mesa. É um cuidado com o alimento que nós servimos. Temos uma horta no quintal, em que eu planto hortelã, manjericão, erva cidreira. Esses dias fiz um chá para uma cliente e ela ficou encantada com o sabor e o cheiro. É porque é colhido na hora”, explica.

Márcia se inspirou nos antepassados da zona da mata para criar o espaço
Márcia se inspirou nos antepassados da zona da mata para criar o espaço

Empolgada com o novo negócio, Márcia faz de tudo para agradar os clientes. Mandou trazer uma cachaça especial de Minas para quem pediu e até cerveja incluiu no cardápio.

“Eles tomam muito com o queijo provolone e o torresmo. Virou um ponto de encontro até porque nós fazemos o sarau, que no início era gospel, mas acabou abrindo para o sertanejo. Quem quiser pode dar um palinha”, brinca.

O jeitinho de Minas, todo hospitaleiro, está estampado no atendimento e na forma como a casa foi pensada. Os móveis são todos restaurados, achados abandonados ou de herança da família.

“Tudo aqui é sustentável, desde a madeira que reutilizamos na construção até os móveis. O fogão estava abandonado e nós restauramos. A cristaleira está na minha família há anos, era da minha avó e de 1965. A única coisa que eu comprei foram os lustres, porque não consegui achar cinco iguais. Mas, acabou combinando”, confessa.

Petiscos são trazidos de Minas e podem ser acompanhados de cachaça, chás ou até a cerveja
Petiscos são trazidos de Minas e podem ser acompanhados de cachaça, chás ou até a cerveja
O espaço foi todo pensado para ser sustentável
O espaço foi todo pensado para ser sustentável

De sobremesa, ela oferece um pão de queijo com doce de leite e um pudim tradicional de Minas. No café, há vários sabores, com destaque para o Mineiro, 100% arábico e o Trufado, que tem cheirinho e um leve sabor de chocolate. O preço para ambos é de R$ 3,50.

Para os amantes do café que desejam distribuir a paixão para qualquer pessoa, até quem caminha na rua ou está em um dia ruim pode participar de um projeto do local chamado Café Compartilhado.

"A pessoa deixa um café pago na casa e ele fica a disposição de quem quiser. Se eu ver alguém passando triste na rua posso convidar a sentar e experimentar. Um cliente que vier e observar no quadro ali da frente que existe um café em haver também pode pedir. Sempre colocamos na nossa página do Facebook para todos acompanharem o resultado desse café compartilhado. É uma forma de espalhar a solidariedade, o carinho pelo próximo”, diz Márcia.

A Beagá Pão de Queijaria fica na rua Maranhão, 397. O estabelecimento abre das 13h30 às 20h e aceita todos os cartões de crédito. Informações pelo telefone 3253-9873

O nome Beagá remete a primeira abreviação da cidade mineira
O nome Beagá remete a primeira abreviação da cidade mineira
Nos siga no Google Notícias