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Sabor

Em intervalo de samba, saltenha vira sensação com receita original desde 1959

Irmãs herdaram receita da avó e há um mês fazem sucesso com saltenhas típicas da Bolívia

Thailla Torres | 11/01/2020 08:43
 De tamanho médio e dobrinhas crocantes, a saltenha traz o recheio bem suculento de frango. (Foto: Thailla Torres)
De tamanho médio e dobrinhas crocantes, a saltenha traz o recheio bem suculento de frango. (Foto: Thailla Torres)

É difícil comer uma só. De tamanho médio e dobrinhas crocantes, a saltenha traz o recheio bem suculento de frango. A unidade custa R$ 7,00. Em um mês de existência, a saltenharia Las Hermanas já vendeu mais de 1,8 mil unidades.


O endereço para comer a saltenha quentinha ou fazer encomendas no dia a dia é a Rua Padre João Cripa. Mas é no sábado que o salgado típico da Bolívia vira sensação entre os campo-grandenses. As irmãs Regiane e Rejane vendem aos sábados no espaço Ramadas onde ocorre os pré-carnavais do Esquenta Corumbaense que, neste sábado (11) também recebe o esquenta do Cordão Valu.

Saltenha é feita de modo artesanal. (Foto: Arquivo Pessoal)
Saltenha é feita de modo artesanal. (Foto: Arquivo Pessoal)
Até as dobrinhas são iguais a que dona Sara fazia. (Foto: Arquivo Pessoal)
Até as dobrinhas são iguais a que dona Sara fazia. (Foto: Arquivo Pessoal)
Saltenha é suculenta por dentro. (Foto: Thailla Torres)
Saltenha é suculenta por dentro. (Foto: Thailla Torres)

No último sábado, por exemplo, as irmãs se prepararam para vender 50 saltenhas. No calor e na vontade de matar a fome após muito samba no pé, quem foi ao evento acabou com os salgados em menos de cinco minutos. Foi preciso preparar novas fornadas para atender aos pedidos, e só naquela noite elas venderam 170 unidades. “A gente nem imaginava que as pessoas aguentariam comer tanta saltenha em pouco tempo”, comemora a administradora Rejane Monteiro, 40 anos.

O sucesso está na história da família que não perdeu a mão na fórmula do salgado com massa adocicada e versões tradicional e apimentada. Quem ensinou a receita às irmãs foi a mãe Doris Monteiro, 73 anos, filha da boliviana Sara Montero Sánchez, que se tornou conhecida em Corumbá pela sua culinária e o talento em produzir o salgado legítimo.

“Ela chegou em Corumbá em 1959 e ficou conhecida pela ‘mão de ouro’ na cozinha. À época estava sendo construída a estrada de ferro e ela era quem fazia marmitas para os trabalhadores. Também era chamada para fazer grandes banquetes, mas ficou famosa pela produção de saltenhas. Pedro Pedrossian e Wilson Barbosa Martins comeram a saltenha dela”, explica Doris.

Doris lembra que ela e a irmã trabalhavam diariamente com a mãe na produção do salgado. “Saltenha era feita todo dia em casa. Nós ajudávamos minha mãe e depois ela fazia as entregas da cidade. As pessoas gostavam do tempo e do sabor original”.

Sara, dona da receita que ficou famosa em Corumbá. Ele faleceu aos 70 anos.
Sara, dona da receita que ficou famosa em Corumbá. Ele faleceu aos 70 anos.

Quem experimenta hoje garante que a receita continua a mesma e Doris explica o porquê. “Não mudamos nada na receita. Eu ensinei as minhas filhas a receita original”, diz. A única diferença é que agora há medidas. “Nossa avó fazia sem receita mesma. Como iniciamos uma produção maior foi preciso garantir as medidas de cada ingrediente. O resto é tudo do jeitinho que ela fazia, inclusive, sem caldo industrializado. A cor da massa e do caldo feito com a própria carne são garantidos com açafrão”, explica Regiane.

Regiane é nutricionista e alimentos naturais. Ela não pensava em fazer saltenhas até a gravidez da irmã Rejane que decidiu servir o salgado no chá de bebê. “A gente não parava de servir e assar. Depois daquele dia surgiram novos pedidos e foi quando tivemos a ideia de vender a saltenha tão famosa da nossa avó”, explica Rejane.

Desde então o movimento na varandinha de casa do Bairro São Francisco não para. Mas quem quiser experimentar o salgados aos sábados, elas estarão vendendo saltenhas durante todos os pré-carnavais do Cordão Valu e do Esquenta Corumbaense na Rua Tônico de Carvalho, 158, Amambaí.

O telefone para encomendas é o (67) 99802-1970. 

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Doris e as duas filhas que agora produzem a receita de dona Sara. (Foto: Thailla Torres)
Doris e as duas filhas que agora produzem a receita de dona Sara. (Foto: Thailla Torres)
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