Gosto pela culinária árabe reúne amigos na Confraria do Carneiro
Em um portão entreaberto da rua 7 de Setembro, no centro de Campo Grande, há dois anos, sempre às quartas-feiras, amigos vão chegando. De longe já dá para sentir o cheiro, o barulho das risadas e da música regional. Foi o gosto pela culinária árabe que fez nascer a "Confraria do Carneiro".
O gosto pela carne virou programa depois que o empresário José Thomaz Filho, de 49 anos, chamado de "Zezo" pelos amigos, conheceu a ideia no Rio Grande do Sul.
A prática virou ritual e a cada encontro ganha novas receitas. De carneiro assado a recheado ou linguiça.
O requinte da gastronomia é um mero detalhe. "Só fazemos com o intuito de reunir amigos, comer carneiro e ouvir música regional", explica Zezo, que junto com a família mantém um dos principais pontos de comidas árabes de Campo Grande, o Thomaz Lanches.
José Thomaz fala que no início eram 20 e poucos amigos e o grupo foi aumentando. Cada um vai chamando outro e a confraria ganha incremento. A reunião acontece pelo menos uma vez a cada dois meses e o próximo passo é sofisticar, dando marca ao evento. “A vontade é preparar cortes com o nome da Confraria”, comenta Zezo.
Todo mundo se conhece e muitas vezes já se esbarrou em entrevistas por aí. A maior parte dos frequentadores são músicos, a família Espíndola aparece em massa, além de jornalistas e empresários.
Na noite de quarta, o grupo Acaba estava muito bem representado, Vandir Barreto, integrante e fundador , chegou munido de violão, só esperando para dar uma palhinha.
“Conheço o Zezo há mais de 30 anos. Ele me fez o convite, sou músico e vim para participar. A proposta é muito legal e eu acabo de cobrá-lo quanto a música porque vim com o intuito de tocar e pra ficar”.
Da churrasqueira, de onde saía o cheiro que convidava até quem passava pela rua, quem tomava conta era Elpídio Espíndola, 52 anos. Foi um dos primeiros a montar a Confraria e hoje vê a terceira geração marcando presença. A pequena Valentina não tem nem três meses de vida completos. “É a cara do vô”, brinca. “Aqui é tudo para ver os amigos”, fala.
Questionado se o carneiro fica aos cuidados dele, ele responde aos risos. “Não, porque ele já vem morto, eu só ponho pra assar”.
A anfitriã, Debora Thomaz, 47 anos, conta que comprou a ideia do marido. “A princípio só eles que vinham, nunca estavam as esposas. Mas achamos um meio de começar a vir”, fala.
Hoje a Confraria é de igual para igual, homens e mulheres, crianças e bebes. Um misto de alegria, com toque da música regional e o sabor da culinária árabe.