Há 31 anos restaurante não muda nada e faz sucesso com super filé que serve 3
O visual do lugar parou no tempo, em 1980, quando os primeiros azulejos marrons foram colocados na parede da Sobaria Arakaki. O restaurante fica na rua Coriolano Feraz, número 72, no bairro Amambaí. É famoso pela tradição e por um “bifão” que no final de semana faz os clientes formarem fila, sem reclamar, por mais de uma hora.
O negócio familiar se mantém com a mesma estrutura de quando foi aberto, há 32 anos. O balcão, com vários tipos de doces, de bala “dadinho” à Maria Mole e cocada, daqueles que remetem à infância, com sabor de recreio no colégio, já enchem os olhos de saudade.
As mesas de madeira, colocadas na calçada, preservam a identidade construída ao longo dos anos, idealizada por Cézar Arakaki, filho solteiro e mais velho da família. Quando ele faleceu, o negócio passou a ser cuidado pelo irmão Wilson Arakaki, de 58 anos, ele cuida da lanchonete de dia e à noite quem toca são os sobrinhos, Fábio Alexande Assato, de 38 anos, e Rodrigo Sakamoto, de 35.
O ambiente é de boteco, bem aconchegante e com um atendimento que rende elogios de clientes que frequentam há mais de 20 anos, como a família Amorim, que mora a poucas quadras dali. “O atendimento daqui é excelente, já trouxemos vários amigos aqui”, comenta a empresária Cirlene Amorim, de 45 anos.
O marido, o produtor rural, Ulisses Amorim, elogia mais. “É maravilhoso, a gente se sente em casa. Todos são muito atenciosos e é um lugar tranquilo, além de ser o melhor Filé à Parmigiana de Campo Grande. Não tem nenhum lugar na cidade com um prato tão saboroso”, avalia.
“É o melhor”, reforça o filho, Higor, de 14 anos. A família é só um exemplo, mas é claro que eles não estão ali só pelo sabor, o atendimento, cheio de cuidado e atenção, também conta.
É o mesmo que faz pessoas saírem de bairros distantes e irem até o restaurante jantar. “Nós mesmos temos amigos de Corumbá, que sempre que passam na cidade param para comer aqui”, lembra Cirlene.
Quando o restaurante já tinha 15 anos servindo sobá, yakisoba e espetinho, como muitos outros restaurantes orientais, o movimento não estava dos melhores, um amigo da família ensinou a receita do filé, com molho caseiro e tempero próprio. A ideia de colocar o prato no cardápio, e aumentar o tamanho da receita, deu certo, e alavancou o negócio da família.
“Do ambiente nós não mudamos nada, só aperfeiçoamos o tempero dos pratos com o tempo. Eu aprendi a fazer e fui passando a receita. A carne é temperada durante o dia, mas o bife é empanado na hora, tudo caseiro. No final de semana, quando lota, a gente avisa o cliente que vai demorar cerca de uma hora até abrir uma mesa, e geralmente eles pegam uma cerveja e esperam lá na frente, porque, modéstia a parte, eles sabem que vai valer a pena esperar” comenta Rodrigo, com muita simpatia.
O restaurante hoje atende cerca de 74 pessoas por vez. Os sócios até pensam em ampliar, mas é que tudo tem uma identidade tão própria que eles não querem perder nenhum detalhe. As mesas na calçada e tudo que foi preservado desde a década de 80 fazem parte do lugar.
O filé tão comentado tem mais de 800 gramas só de filé empanado, sem falar no molho e no queijo que entram na receita. O prato acompanha arroz. Eles aconselham a dividir em duas pessoas, mas a porção é bem generosa, e dependendo da fome até quatro pessoas saboreiam o prato com tranquilidade, custa R$ 55,00.
A batata no estilo "chips", servida pela casa, também já ganhou fama. Cortada bem fininha e sequinha, ela é um ótimo aperitivo ou uma boa escolha crocante para acompanhar o bife. A porção custa R$17,00.
“Com o tempo, a gente construiu uma tradição, mas principalmente conseguimos manter e aprimorar a qualidade do nosso prato. O que a gente quer é ver as pessoas saindo daqui satisfeitas e voltando outras vezes”, avisa Rodrigo.