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Lado Rural

MS encerra com atraso a colheita da soja e com perdas previstas de R$ 10 bilhões

Previsão de quebra é de quase 14%; números finais da safra serão divulgados no dia 21 de maio

Por José Roberto dos Santos | 14/05/2024 15:47
Colheitadeira opera em área plantada com soja em Mato Grosso do Sul. (Foto: Divulgação/Aprosoja-MS)
Colheitadeira opera em área plantada com soja em Mato Grosso do Sul. (Foto: Divulgação/Aprosoja-MS)

Mato Grosso do Sul encerrou oficialmente a colheita da soja e a área colhida deve ser de aproximadamente 4,265 milhões de hectares. A produção estimada, segundo boletim do Siga-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio), é de 12,923 milhões de toneladas, o que indica uma quebra de 13,89% em relação ao ciclo anterior.

No entanto, a estimativa da área plantada, fixada em 4,265 milhões de hectares, permaneceu constante. O boletim ressalta que os números de produção, área e produtividade são estimativas. Os dados finais da safra serão divulgados no dia 21 de maio de 2024.

Com base em uma amostra significativa obtida de uma área de 690 mil hectares dedicada à soja, observou-se uma queda na produtividade para a safra de 2023/2024. A produtividade estimada é de 50,5 sacas por hectare, representando uma diminuição de 19,12%. A colheita da safra 2023/2024 encerrou-se com um atraso de 4 semanas em comparação com a safra 2022/2023.

Perdas de R$ 10,5 bilhões

O presidente da Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), Jorge Michelc, destacou os impactos econômicos da quebra da safra de soja deste ciclo. “Com a redução de produtividade média para 50,5 sacas/hectare, os produtores de Mato Grosso do Sul deixarão de movimentar mais de R$ 10,5 bilhões, interferindo na economia e comprometendo o fluxo de caixa de suas propriedades. Por isso, a necessidade de se preparar para cenários como esse, buscando alternativas e operações assertivas para manter a rentabilidade e sustentabilidade dos negócios”. A avaliação de Michelc foi feita em discurso durante a 7ª Edição do Circuito Aprosoja-MS, realizada em Dourados, na abertura oficial da Expoagro, dia 10.

Milho encerra o plantio

Conforme o boletim do Siga-MS divulgado nesta terça-feira, 14, o plantio do milho segunda safra 2024 encerrou-se oficialmente no dia 10 de maio. O plantio foi concluído em um período de 17 semanas. De acordo com o Siga, a área plantada estimada pelo projeto é de 2,218 milhões de hectares. O plantio da segunda safra 2024 encerrou-se 4 semanas mais tarde em comparação com a segunda safra 2023, considerando a mesma data, 10 de maio.

A estimativa é que a safra seja 5,82% menor em relação ao ciclo passado, atingindo a área de 2,218 milhões de hectares. A produção é estimada em 11,4 milhões de toneladas, uma queda de 19,23%, e a produtividade prevista é de 86,3 sacas por hectare, uma retração de 14,25%.

Gráfico mostra que quase 1 milhão de hectares de milho estão em condições regular e ruim
Gráfico mostra que quase 1 milhão de hectares de milho estão em condições regular e ruim

Produtividade do milho em risco

Na segunda safra de milho de 2024, o boletim do Siga-MS pontua perdas significativas no potencial produtivo devido à estiagem. Essa situação adversa afetou uma área total de 474 mil hectares em várias regiões do Estado, incluindo o sul, sudoeste, centro, oeste, nordeste, sul-fronteira e sudeste. Os períodos de seca ocorreram entre março e abril (10 a 30 dias de estresse hídrico) e mais recentemente, entre abril e maio (10 a 20 dias sem chuva).

No segundo trimestre (maio, junho e julho), espera-se que o fenômeno El Niño perca força gradualmente, dando lugar ao La Niña. Durante a transição entre esses fenômenos, há uma fase de neutralidade com 83% de probabilidade, caracterizada por temperaturas oceânicas dentro da normalidade.

No entanto, nos meses de julho, agosto e setembro, a probabilidade de ocorrência do La Niña é superior a 49%. Isso pode impactar a cultura do milho devido a adversidades climáticas, como chuvas abaixo da média histórica, granizo, geadas e baixas temperaturas. Esses fatores afetam principalmente a região Centro-Oeste.

No final de junho, quando a segunda safra de milho estará em estágio reprodutivo, a demanda hídrica será alta. Os danos foliares causados por granizo e geadas podem prejudicar o enchimento dos grãos, representando um desafio fitossanitário significativo.

Semanalmente a Aprosoja-MS, juntamente com o Governo do Estado de MS e a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), divulgam dados ligados à agricultura sul-mato-grossense. As informações são coletadas pelos técnicos do Siga-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio), enriquecidas com informações apresentadas por satélite e posteriormente divulgadas.

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