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Meio Ambiente

Além das onças, 16 animais já foram resgatados do fogo no Pantanal em MS

Felinos foram encaminhadas para o centro de reabilitação em Campo Grande onde receberão atendimento médico.

Lucia Morel e Ana Paula Chuva | 03/11/2020 15:37
Animais chegam na Base Aérea de Campo Grande. (Foto: Silas Lima)
Animais chegam na Base Aérea de Campo Grande. (Foto: Silas Lima)

As duas onças macho que foram resgatadas com as patas queimadas no Pantanal fazem parte do grupo de 18 animais que já passaram por atendimento médico veterinário após serem encontradas fugindo do fogo. De todos, quatro vieram para o Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) em Campo Grande.

Segundo o Gretap (Grupo de Resgate Técnico Animal do Pantanal de Mato Grosso do Sul), através da médica veterinária Paula Helena Santa Rita, um dos animais resgatados foi visualizado pela primeira vez por brigadistas em MS que se deslocavam para a Serra do Amolar, para onde o fogo que voltou no Parque Nacional do Pantanal do Mato Grosso ameaçava avançar.

Lá, no último domingo, a equipe filmou uma das onças tentando subir algumas pedras, mas com dificuldade. A segunda onça foi vista no dia seguinte. A partir desse momento, iniciou-se monitoramento, com aviso à região do Acurizal, reserva dentro da Serra do Amorla, e ao Gretap, que formalizaram a busca nesta manhã.

No momento do resgate, a ideia era encontrar apenas a primeira onça avistada, já que a segunda teria sido “perdida” do monitoramento. Assim, equipe se deslocou à região do Acurizal, onde uma das onças foi encontrada numa casa abandonada e para surpresa, a outra também estava lá. “Era pra vir uma onça só, mas no momento do resgate, a outra estava lá também”, disse.


Os animais, antes de serem transportados, passaram por atendimento médico, com curativos, fluido-terapia e uso de anti-inflamatório. Bastante debilitados, os animais estão mais magros que o ideal para o tamanho e um deles com exposição dos ossos das patas.

Mais animais – dos 18 bichos resgatados e tratados pelo Gretap, maioria estavam bastante queimados, debilitados, magros e desidratados, segundo Paula Helena. Além das duas onças macho trazidas hoje ao Cras, uma cutia e uma anta também vieram semanas atrás.

Patas de uma das onças bastante queimadas. (Foto: Divulgação UCDB)
Patas de uma das onças bastante queimadas. (Foto: Divulgação UCDB)

Os demais atendidos, ou foram devolvidos à natureza ou ficaram aos cuidados da Fundação de Meio Ambiente de Corumbá.

O Gretap é da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) e mantém um veterinário, um técnico de campo e três acadêmicos de Medicina Veterinária em plantão, por semanaa, para atender os animais resgatados no Pantanal em Mato Grosso do Sul.

PMA (Polícia Militar Ambiental), IHP (Instituto Homem Pantaneiro), Cras e CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária) fizeram parte do resgate de hoje.

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Onças foram colocadas em aeronave para transporte até Campo Grande. (Foto: Divulgação)
Onças foram colocadas em aeronave para transporte até Campo Grande. (Foto: Divulgação)

Chamas de volta  - O fogo voltou a devastar a região, com focos concentrados na Serra do Amolar, na região conhecida como Acorizal.

Oito brigadistas do Prevfogo do Estado foram enviadas ontem e mais sete seriam deslocadas hoje para reforçar o efetivo de agentes, que tem também brigadistas do Estado vizinho, Mato Grosso.

Pelo que foi informado ontem, o fogo começou no Parque Nacional do Pantanal no MT e se alastrou para a região devido à força dos ventos. Um raio que caiu no parque durante o final de semana também intensificou as chamas.

A situação estava mais tranquila na região depois das chuvas dos últimos dias, mas agora voltou a preocupar. No auge das queimadas na região do Pantanal, entre os meses de agosto e setembro, mais de 4 milhões de hectares foram devastados.

Onça dentro de jaula, ao chegar na Base Aérea de Campo Grande. (Foto: Silas Fauzi)
Onça dentro de jaula, ao chegar na Base Aérea de Campo Grande. (Foto: Silas Fauzi)


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