Após trégua, Pantanal de MS enfrenta 83 focos de incêndio em oito dias
Vídeos encaminhados pelo Corpo de Bombeiros Militar de Corumbá mostram ação em combate a focos de incêndio na região do Pantanal
Após a trégua nos incêndios causada pelas chuvas registradas no fim de outubro, os focos de incêndio no Pantanal voltaram. Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) indicam que a parcial do início de novembro é maior que o dobro registrado no mesmo período de julho - apenas em Mato Grosso do Sul, foram 83 locais em chamas.
Segundo estimativa do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e Clima), o volume de chuva nas regiões norte do município e pantaneira foi entre 40 a 70 milímetros no fim do mês passado. No começo de novembro, o volume foi de máximo de 5 milímetros em ponto isolados.
Há previsão de chuva para os próximos dias. "Nestes dias [primeira semana de novembro] as condições esperadas são de tempo firme, queda na umidade relativa do ar e gradativa elevação de temperatura, especialmente sobre as regiões pantaneira, norte e central. As chuvas devem retornar a partir do dia 8 de novembro", diz nota publicada pela assessoria de imprensa do Cemtec.
Situação dos incêndios - De acordo com dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), somente neste sábado (7), foram identificados 12 focos de incêndio no Pantanal. A maior parte (8) deles, ocorreu no município de Corumbá, distante 407 quilômetros de Campo Grande.
Entre 1 e 8 de novembro, o bioma já acumula 484 focos de incêndios, distribuídos majoritariamente em Poconé (259) e Cáceres (135), no Mato Grosso, além de Corumbá (72).
Além do município corumbaense, em Mato Grosso do Sul, também foram registrados focos em Aquidauana (6), Rio Verde de Mato Grosso (3), Ladário (1) e Miranda (1), totalizando 83 locais com incêndios no Estado nesse início de mês.
Abaixo, os gráficos mostram acumulado de registros no Pantanal todo, incluindo municípios de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Fogo subterrâneo - Em vídeo encaminhado ao Campo Grande News, o sargento Evandro Segarini, do 3º Grupamento do Corpo de Bombeiros Militar, que atende Corumbá e Ladário, explica sobre incêndio no subsolo de uma das diversas áreas queimadas no Pantanal, cujas chamas foram extinguidas na manhã de ontem (7).
O incêndio passou por baixo, um tipo de incêndio subsolo. Tem matéria orgânica em baixo e ela fica queimando, isso dificulta o combate no Pantanal. Você acha que extinguiu as chamas mas elas estão queimando no subsolo", explica.
O militar ainda mencionou dificuldade no combate ao incêndio na Serra do Amolar, devido a irregularidade do relevo, que impede locomoção no interior da mata. Com uso de sopradores e jatos d'água, equipe de bombeiros realizou combate às chamas em diversos locais pantaneiros na por volta das 10h do sábado.
De acordo com nota enviada pela assessoria de imprensa do Grupamento, o trabalho de combate a incêndio em vegetação na Serra do Amolar segue dinâmica onde focos que apresentam dificuldades de acesso ou uma grande área em queima, fazem ser necessário apoio aéreo para arremesso de água, de forma a minimizar a ação do calor e permitir acesso dos bombeiros para combate direto ou realização de aceiros.
"Dentro desta dinâmica existem também os focos de incêndio que são monitorados constantemente pelas equipes, estes focos monitorados são os que irão encontrar em seu caminho áreas que ainda estão alagadas ou áreas já queimadas, acontecendo assim a extinção natural, porém as correntes de vento mudam e está mudança é a razão do monitoramento constante, isso se desenvolve simultâneo aos combates que são urgentes para conter o avanço descontrolado das chamas".
A nota ainda diz que o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul permanecerá no local por tempo indeterminado para realizar combate às chamas.