Durante expedição, onças-pintadas são avistadas no Pantanal
Um dos animais estava nadando no Rio Paraguai, já o outro foi encontrado bebendo água no Rio São Lourenço
Durante expedição no Pantanal, duas onças-pintadas foram vistas, uma delas estava nadando no Rio Paraguai, na região da Serra do Amolar, nas proximidades da RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural).
Coronel Ângelo Rabelo, presidente do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), explicou que a região onde a espécie foi avistada contempla um conjunto de áreas de proteção ambiental que somam aproximadamente mil hectares e mais de 100 onças habitam ali. “Está ficando cada vez mais comum ver mais espetáculos como esses”, relatou.
O aumento populacional desses animais vem acontecendo desde que as queimadas no Pantanal, em 2020, foram controladas e a vegetação tornou a brotar. Para o coronel Rabelo, este recomeço é visto como se “a natureza nos desse uma segunda oportunidade”.
A segunda onça registrada pela expedição foi encontrada no Rio São Lourenço, na região do Porto Jofre, em Poconé, cidade de Mato Grosso que faz divisa com Corumbá. Nas imagens, é possível observar o animal bem de perto, enquanto ele toma um pouco de água na beira do rio.
Mesmo já tendo visto outras onças-pintadas pessoalmente, o coronel conta que sempre tem uma sensação diferente ao se deparar com o animal. “Eu confesso para você que a cada vez é uma emoção diferente. Ela não só representa a magnitude da fauna terrestre, mas também impõe respeito e admiração”.
Expedição - Desde a semana passada, o coronel Rabelo está visitando o Pantanal junto de Dereck e Beverly Joubert, que são os fundadores do “Great Plains Foundation”, organização internacional que atua na África. Essa é a primeira vez que o casal vem para a América Latina.
Em seu país, a organização tem como foco o “turismo de conservação”, em Mato Grosso do Sul, a organização internacional pretende estender as ações para o Pantanal. “Nós já atuamos na proteção ambiental e temos interesse na conservação das espécies. Precisamos entender mais e por isso queremos trabalhar no Pantanal”, explicou Beverly.
A organização internacional também busca restaurar, revigorar e proteger áreas selvagens, sua fauna e sua flora. A expedição pelo Pantanal tem servido para que o casal tenha a experiência necessária para organizarem os próximos passos.
“Nós estamos com uma responsabilidade que ela representa uma possibilidade histórica de implementar um novo turismo no Pantanal que vai trazer muitos empregos. E não tenho dúvida que vai representar para muitas fazendas uma nova atividade de renda, além do gado”, disse Rabelo.
O presidente do IHP ainda diz que avistar onças representa não somente uma alternativa para o turismo, como também uma indenização para os fazendeiros como crédito de biodiversidade.
“A ideia é ter um mecanismo que compense ter essas espécies ameaçadas em suas propriedades. Quando os fazendeiros pedem para que os seus funcionários cacem e matem esses animais, eles certamente estão na contramão não só no sentido de consolidar a extinção de alguma espécie, mas na contramão de conseguir outra renda. A onça vale dinheiro e vai valer cada vez mais”, pontuou.