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Meio Ambiente

Mesmo filmando matança, caçadores de onça são liberados sob fiança de R$ 26 mil

Homens confessaram que mataram a tiros dois felinos que estavam comendo bezerros da fazenda

Jhefferson Gamarra | 24/06/2023 10:58
Um dos animais que foram mortos pelos caçadores (Foto: Divulgação/PMA)
Um dos animais que foram mortos pelos caçadores (Foto: Divulgação/PMA)

Presos em flagrante na última quinta-feira (22), após matar duas onças-pardas em Rio Verde do Mato Grosso, cidade a 207 quilômetros de Campo Grande, funcionários da Fazenda Campo Novo, identificados como André Campos Souza e João Ferreira Moraes, ganharam liberdade após o pagamento de R$ 26.400 em fiança.

Com os caçadores foram encontradas imagens de uma das ações que resultou na morte de um dos animais. No vídeo é possível notar que a dupla segue a cavalo pela mata e com o auxilio de cães de caça, da raça Foxhound-americano, encontram um animal. Assim que os cães cercam a onça, um dos capatazes desce do cavalo e realiza os disparos, enquanto o outro filma. (Vídeo abaixo)

Durante ação da PMA (Polícia Militar Ambiental), que resultou na prisão em flagrante da dupla, além da onça abatida no vídeo, os caçadores confessaram ter abatido outro animal semelhante há aproximadamente 90 dias, alegando que os felinos estavam atacando bezerros. A equipe policial acompanhou os infratores até os locais onde ambos foram abatidos e além da onça morta no vídeo,  a carcaça do outro felino foi encontrada em avançado de decomposição.

Em depoimento prestado na delegacia de polícia, o delegado responsável pelo caso questionou se a dupla havia matado outros 11 animais, no entanto os capatazes afirmam que foram “somente duas” e que os 6 cães utilizados na matança das onças eram utilizados apenas para caçar porcos.

Cães utilizados para caçar os felinos na fazenda (Foto: Divulgação/PMA)
Cães utilizados para caçar os felinos na fazenda (Foto: Divulgação/PMA)

Na audiência de custódia, o juiz Rafael Gustavo Mateucci, titular da 1ª Vara Cível e Criminal de Rio Verde de Mato Grosso, entendeu que apesar das filmagens e confissão dos autores, não havia indícios de que as solturas dos capatazes poderiam culminar no cometimento de novos crimes, e, com isso arbitrou fiança de 10 salários mínimos (R$ 13.200), para cada preso.

No mesmo dia os valores foram pagos pelos capatazes, que segundo documentos anexados no processo, recebiam aproximadamente R$ 1.700 líquidos para exercer a função na fazenda. Além da multa, cada um dos envolvidos foi autuado em R$ 1.000 pela morte das onças, sendo R$ 500 por cada “cabeça” dos felinos.

Apesar da fiança, o juiz autorizou a quebra de sigilo dos dados telemáticos dos celulares apreendidos com os caçadores. De acordo com PMA, existem outras denuncias de mortes de animais silvestres na região, e caso tenha imagens ou conversa que indiquem outras mortes, os autores serão atuados novamente. A Polícia Civil segue investigando o caso.

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