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Meio Ambiente

Em apenas 3 dias, Estado bate recorde de queimada dos últimos 7 anos

Entre sexta-feira (1°) e domingo (3), foram detectados 376 focos de incêndios florestais

Fernanda Palheta | 04/11/2019 10:53
As queimadas no Pantanal começaram no dia 27 de outubro (Foto: Previfogo MS)
As queimadas no Pantanal começaram no dia 27 de outubro (Foto: Previfogo MS)

Nos primeiros três dias de novembro, Mato Grosso do Sul bateu o recorde de queimada nos últimos 7 anos. Entre sexta-feira (1°) e domingo (3), foram detectados 376 focos de incêndios florestais, segundo dados Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O balanço do primeiro fim de semana do mês desde 2011, quando foram contabilizados 439 focos de focos nos 30 dias de novembro em todo o Estado.

O monitoramento feito pelo satélite de referência ainda aponta o aumento do número de focos de incêndio nos primeiros dias do mês. Na última sexta-feira (1°), 91 focos de fogo foram detectados, no sábado (2) o número subiu para 124 e somente neste domingo (3), foram registrados 161 focos de incêndio.

O município com mais ocorrência é Corumbá, cidade a 419 quilômetros de Campo Grande. Segundo dados do Inpe, a cidade contabilizou 186 focos, o que representa 50% das ocorrências no Estado. Na lista dos municípios mais atingidos pelas queimadas também estão Aquidauana e Miranda, com 65 e 60 focos contabilizados no início do mês, respectivamente.

O tenente-coronel Fernando de Almeida Carminati, aponta que o combate ao fogo é difícil pelas características da região. “É muito difícil o acesso e isso dificulta o combate porque as chamas ficam muito altas”, descreve. Ele ainda lembra que região não é alvo de incêndios de grandes proporções há muitos anos. “A vegetação é muito densa porque massa vegetal está acumulada”, completa.

As queimadas no Pantanal começaram no dia 27 de outubro. O fogo formou uma faixa de área queimada que chegou a 50 km. Até o último sábado (2), quando foi feito o primeiro balanço, a queimada no Pantanal já havia destruído 122 mil hectares de vegetação, entre os municípios de Aquidauana, Miranda e Corumbá. Este é o segundo incêndio de grandes proporções na região este ano e a área queimada já corresponde a cidade do Rio de Janeiro.

Capivara morta após fogo atingir vegetação no Passo do Lontra, em Corumbá (Foto: Direto das Ruas)
Capivara morta após fogo atingir vegetação no Passo do Lontra, em Corumbá (Foto: Direto das Ruas)
O fogo formou uma faixa de área queimada que chegou a 50 km (Reprodução)
O fogo formou uma faixa de área queimada que chegou a 50 km (Reprodução)

Combate - Em novembro, o efetivo empregado nas frentes de queimadas está concentrado na fazenda BR-PEC, a cerca de 60 quilômetros de Miranda. Somente na BR-PEC, o fogo devastou cerca de 56 mil hectares

Na base de apoio, o combate ao fogo é feito pelo Corpo de Bombeiros, exército, PM (Polícia Militar), PF (Polícia Federal), PRF (Polícia Rodoviária Federal) e pessoal do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e da fazenda BR-PEC, com efetivo de 142 pessoas, além de apoio aéreo.

Segundo o relatório do Corpo de Bombeiros, o avião Air Tractor dos Bombeiros do Distrito Federal chegou neste domingo (3) para compor a força-tarefa. O aparelho com capacidade para despejar até 3 mil litros de água sobre as chamas já foi usado no combate aos focos de incêndio e proteção de reservas ambientais.

Já o reforço de bombeiros e brigadistas de outros estados está sendo discutido na manhã desta segunda-feira (4) pelo Governo do Estado.

Emergência - Mato Grosso do Sul fechou outubro com 2.310 focos de incêndios florestais detectados, maior número para o mês desde 2002, quando foram registrados 2.586. Na última sexta-feira (1º), a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil reconheceu emergência por causa dos incêndios florestais em Aquidauana, Bonito, Corumbá e Miranda. Os municípios haviam entrado no decreto baixado pelo governo do Estado para declarar a situação, em setembro deste ano.

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