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Meio Ambiente

Governo cria projeto de Carbono Neutro para agricultura familiar

O projeto inclui 800 produtores rurais dentro da produção sustentável

Por Jackeline Oliveira | 08/12/2023 09:03
Governador Eduardo Riedel (PSDB) durante assinatura do projeto na secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Foto: Assessoria/Governo)
Governador Eduardo Riedel (PSDB) durante assinatura do projeto na secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Foto: Assessoria/Governo)

O Governo do Estado assinou nesta quinta-feira (7) o compromisso de colaboração para o primeiro projeto de carbono para pequenos produtores rurais sul-mato-grossenses, com foco no bioma Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica.

O projeto que inclui 800 pequenos produtores foi desenvolvido pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação). Os produtores irão implementar e criar áreas de agrofloresta e ainda garantir o pagamento de crédito de carbono.

De acordo com o governador Eduardo Riedel, o projeto vai incluir produtores rurais dentro da produção sustentável e também obter economia a partir do carbono neutro.

“Estamos trazendo sustentabilidade, e a questão econômica para os agricultores familiares. O valor do crédito, 80% vai para o agricultor familiar. É realmente um envolvimento em torno de um único objetivo, que é inserir esses produtores familiares dentro da produção sustentável e com sistemas que vão gerar resultado econômico a partir do crédito de carbono”, explicou Riedel.

Segundo o Governo do Estado, a previsão é que o projeto contribua nos próximos quatro anos na expansão e instalação de agroflorestas em propriedades rurais de todo o Estado. Com estimativa de que cada produtor tenha 2,5 hectares de agrofloresta, totalizando 2 mil hectares até 2027.

O governador afirmou que é necessário que o projeto tenha também uma importância econômica para a sociedade. “Tem que ter um significado econômico para a sociedade, para aqueles que praticam uma atitude que ajude nesse balanço de carbono. É isso que nós estamos fazendo nesse projeto”, destacou Eduardo Riedel.

O produto rural Altair Merlo da Silva que produz frutas em Douradinha, em 2 hectares dos 32 da propriedade, iniciou o projeto de inserir a agroflorestal na área e acredita que com isso o produtor tem uma oportunidade de ser inserido nas práticas sustentáveis.

“Depois de muito tempo trabalhando com empresas que produzem soja e milho, após a pandemia de covid, eu passei a cultivar da área e me encantei com a fruticultura. Este projeto, para crédito de carbono, é uma novidade muito boa. Temos aí grande oportunidade de levar ao pequeno produtor e é um ganho maior para a natureza”, afirma Altair.

O secretário da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, avalia o projeto como inovador e que finaliza a dificuldade de inserir o pequeno produtor nos processos de redução de carbono.

“Esse projeto da agricultura familiar é inovador. A gente sempre teve muita dificuldade em inserir a discussão da agricultura familiar no processo de redução de carbono. Um dos motivos é o custo, pois é extremamente caro fazer identificação e certificação. A gente buscou uma parceria com o Rabobank que vai financiar todo o processo de verificação e certificação. E um ponto fundamental, em sistemas agroindustriais, remunerando o produtor. Neste caso, 80% do valor que comercializar, depois que ele implantar a sua floresta, vai diretamente ao produtor rural”, finaliza Verruck.

Projeto

Mato Grosso do Sul tem como meta, até o ano de 2030, ser um território reconhecido internacionalmente como Carbono Neutro.

O diferencial do projeto formalizado hoje (7) é o pagamento pelo crédito de carbono da agrofloresta, o que é possível por meio de plataforma desenvolvida pela Rabobank Acorn que envolve desde a medição do crescimento da biomassa via tecnologia de sensoriamento remoto e a subsequente comercialização do crédito de carbono a sua rede de clientes internacionais.

O desenho da agrofloresta, com arranjo de espécies nativas do Cerrado, como o cumaru e o jatobá - associada a espécies frutíferas -, foi desenhado por professores e pesquisadores da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), em conjunto com a Acorn e a Cooperativa de Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul (Cooperapoms).

O Governo de Mato Grosso do Sul coinveste neste projeto junto com o Rabobank Acorn e a Rabo Foundation e irá colaborar via a disponibilização de assistência técnica, insumos e no apoio no acesso de cofinanciamento para a implementação da agrofloresta.

O parceiro local responsável pela coordenação da implantação do projeto será a Cooperativa de Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul (Cooperapoms) com sua rede de associados e por meio de cooperativas e associações parceiras no Estado.

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