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Meio Ambiente

Ibama diz que não há prazo para nomear novo chefe do órgão em MS

Marta Ferreira | 18/10/2011 09:59

Direção do órgão atribuiu a reestruturação a saída de David Lourenço do cargo, em meio a escândalo sobre criação e comércio de jacarés

Davi Lourenço comentou ontem sua saída do Ibama, dizendo que está tranquilo quanto a investigações. (Foto: Pedro Peralta)
Davi Lourenço comentou ontem sua saída do Ibama, dizendo que está tranquilo quanto a investigações. (Foto: Pedro Peralta)

A direção do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis) informou hoje cedo, por meio da assessoria de imprensa, que não há prazo definido para a nomeação de um novo superintendente do órgão no Estado, após a exoneração do cargo do engenheiro agrônomo David Lourenço, publicada ontem no Diário Oficial da União.

O cargo é indicação do PT, que, após a presidente Dilma assumir, chegou a cogitar nomes para substituir David, que acabou permanecendo no Ibama por 3 anos e meio, até ontem. Ele é filiado ao partido e já ocupou cargos no Governo Estado Estadual na administração de Zeca do PT.

Por enquanto, o comando do órgão fica com o adjunto de Lourenço, Márcio Yule. Em entrevista coletiva ontem, o ex-superintendente disse que sua saída foi comunicada por telefone e que foi uma decisão tomada em razão das investigações da Polícia Federal sobre irregularidades no criadouro de jacarés e na pousada pertencentes ao funcionário aposentado do órgão, Gerson Zahdi.

Até agosto, Zahdi estava lotado no gabinete do superintendente, após anos atuando no setor que fiscaliza atividades relativas à criação de animais. David é um dos investigados pela Polícia Federal.

A assessoria de imprensa do Ibama não confirma essa versão e diz que a saída de David tem relação com uma estruturação nas unidades estaduais. De acordo com a informação da direção do Ibama, já houve trocas de superintendentes em outros estados.

Sobre a investigação interna do Ibama, anunciada por David ao comentar sua saída do cargo ontem, a direção do Ibama informou que as denúncias de irregularidades já estavam sendo apuradas pela Corregedoria e não confirmou a realização de uma nova correição.

Do que se trata- O caso veio à tona em agosto, quando Zahdi, a filha e a esposa foram presos, acusados de crime ambiental, por irregularidades envolvendo a criação de jacarés e a comercialização de carne do animal sem autorização.

No começo do mês, com autorização da Justiça Federal, a Polícia Federal fez buscas em sete locais, incluindo a sede do órgão, que ficou fechada, e a casa de Zahdi e do superintendente do Ibama.

Depois da apuração da PF vir à tona, Zahdi, dono do único criadouro de jacarés oficializado no Estado, foi multado pelo órgão em R$ 300 mil. Além disso, a pousada, que usava os animais como atrativo sem ter licenciamento sequer para atividade turística, foi embargada.

O inquérito na Polícia Federal ainda não terminou.

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