Obras turvam água do Rio da Prata e fazendeiro é multado em R$ 330 mil
Segundo a PMA, máquinas que abriam as estruturas de terra foram apreendidas
Drenos que estavam sendo abertos em propriedade rural de Bonito, a 257 Km de Campo Grande e causavam a turbidez das águas do Rio Prata foram identificados pela PMA (Polícia Militar Ambiental) e o dono da fazenda foi multado em R$ 330 mil. Segundo a corporação, máquinas que abriam as estruturas de terra foram apreendidas.
Após denúncias de que com as chuvas recentes, o rio da Prata estava ficando turvo, os policiais começaram diligências para descobrir a razão e acabaram localizando hoje, em uma fazenda a 45 km da cidade de Bonito, a causa do problema. No local, estavam sendo feitas reforma, construção e ampliação de drenos.
O trabalho, que contava com uma máquina pá-carregadeira e um trator, estavam em desacordo com a licença ambiental. Ao todo, a PMA identificou 23 drenos por imagens de satélites, mas o produtor infrator possuía a licença de operação para a reforma de apenas dois deles.
Ao todo foram reformados 461 metros de drenos sem licença e ainda, a construção de um dreno de 106 metros e mais 182 metros de vegetação danificada pela máquina e já preparada para continuidade da construção deste último dreno. A vegetação suprimida ao longo dos drenos é de espécies típicas de APP (Área Protegida de Preservação Permanente), do tipo vereda.
Segundo o autuado, a construção e reforma dos drenos foram com a finalidade de realizar a expansão da agricultura (soja). As máquinas foram apreendidas e as atividades foram interditadas. O órgão ambiental será informado sobre o descumprimento das condicionantes da licença ambiental.
De novo - no ano de 2016, quando a PMA realizou uma grande operação, quando vários donos de propriedades rurais foram autuados pelo mesmo problema, um arrendatário desta mesma fazenda foi autuado pelo mesmo motivo.
Desta vez, o proprietário, um pecuarista e empresário de 36 anos, foi autuado administrativamente e foi multado em R$ 330 mil. Ele também responderá por crimes ambientais e poderá pegar pena de prisão de um a três anos por crime ambiental por destruir área de preservação permanente e mais um a seis meses de detenção por construir atividade poluidora sem autorização do órgão ambiental.
O autuado também foi notificado a apresentar um Plano de Recuperação da Área Degradada e Alterada (PRADA), junto ao órgão ambiental. Os autos também serão encaminhados ao Ministério Público para possível abertura de ação civil pública de reparação dos danos ambientais.