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Meio Ambiente

Pantanal continua com risco de seca e incêndios em 2025

As condições climáticas de 2024, com chuvas abaixo do esperado, podem intensificar problemas significativos

Por Lucas Mamédio | 23/11/2024 15:05
Dados do Climate Prediction Center, dos Estados Unidos, indicam chuvas entre 25 e 50% do esperado para a Bacia do Alto Paraguai (círculo no centro da imagem) de junho a setembro de 2024.
Dados do Climate Prediction Center, dos Estados Unidos, indicam chuvas entre 25 e 50% do esperado para a Bacia do Alto Paraguai (círculo no centro da imagem) de junho a setembro de 2024.

A crise hídrica que afeta o Pantanal nos últimos meses tem gerado preocupações para o futuro da região. Segundo o Ecoa, as condições climáticas de 2024, com chuvas abaixo do esperado, podem intensificar problemas significativos no bioma, incluindo o aumento do risco de incêndios para 2025.

RESUMO

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A crise hídrica no Pantanal, exacerbada por chuvas abaixo do esperado entre junho e setembro de 2024, levanta preocupações sobre o futuro da região, incluindo o aumento do risco de incêndios. Embora os níveis dos rios, como o Paraguai, tenham mostrado recuperação, a fase Neutra do Oceano Pacífico, historicamente associada a secas severas, aumenta os riscos de eventos climáticos extremos. O Ecoa destaca a importância do monitoramento contínuo e da colaboração entre governo e sociedade para mitigar os impactos das mudanças climáticas e proteger esse bioma vital, que enfrenta a possibilidade de seca prolongada e incêndios nos próximos meses.

Embora os modelos climáticos e hidrológicos para o Pantanal apresentem margens de incerteza, o Ecoa destaca a importância de monitoramentos e alertas constantes para que os governos e a população possam se preparar adequadamente. A falta de chuvas suficientes já é visível em várias áreas do Pantanal, que depende de um equilíbrio delicado entre o nível das águas dos rios e as chuvas sazonais.

Níveis dos rios - O Rio Paraguai, um dos principais cursos d’água que atravessa o Pantanal de norte a sul, tem mostrado uma recuperação gradual de seus níveis ao longo de 2024. Registros da Marinha do Brasil, com apoio do Ecoa, apontam que, desde setembro, o nível do rio tem se elevado em vários pontos, como em Cáceres (MT), Porto Murtinho (MS) e Porto Amolar (MS), todos monitorados pela organização. Em Cáceres, por exemplo, o nível do rio em 19 de novembro era 91 centímetros superior ao mínimo registrado em setembro.

A régua de Porto Amolar, onde o Ecoa possui uma base de monitoramento, também demonstrou aumento de 50 centímetros desde o ponto mais baixo de 9 de outubro. Esses dados são cruciais, pois Porto Amolar mede as águas que vêm das sub-bacias ao norte e nordeste do Pantanal, áreas que são influenciadas pelas chuvas e pelo ciclo hidrológico das regiões vizinhas, como a Bolívia.

Impacto das condições climáticas - Outro fator crucial para o futuro do Pantanal são os fenômenos climáticos globais, em particular as condições no Oceano Pacífico, que influenciam a dinâmica do clima na região. O Ecoa tem monitorado de perto a fase Neutra do Pacífico, uma condição que, historicamente, está associada a períodos de seca severa no bioma. A última grande seca no Pantanal, que ocorreu entre 2019 e 2020, também foi marcada por essa fase.

A observação de que a Fase Neutra está presente novamente em 2024 aumenta as preocupações, pois este fenômeno pode influenciar diretamente o regime de chuvas e agravar a já difícil situação hídrica da região. A seca prolongada afeta não apenas a fauna e flora do Pantanal, mas também coloca em risco as comunidades locais, cujas atividades dependem do ciclo das águas.

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