Pesquisa mostra que 610 animais silvestres foram atropelados na BR-262
Dos animais, 70% eram mamíferos, 23% répteis e 7% aves
Entre junho de 2011 e maio de 2012, 610 animais silvestres foram atropelados na BR-262, no trecho entre Anastácio e Corumbá, região do Pantanal. Dos animais, 70% eram mamíferos, 23% répteis e 7% aves.
O levantamento foi realizado pelo ITTI (Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura), da UFPR (Universidade Federal do Paraná). O estudo integra as ações do Programa de Comunicação Social, que acontece em paralelo às obras de recuperação e implantação de acostamentos em 284 quilômetros da rodovia.
A pesquisa também ouviu a população sobre as causas dos acidentes e o resultado foi bem diferente. Para 59,2% dos moradores que habitam comunidades próximas à rodovia, aldeias indígenas e assentamentos, os principais motivos são o descuido e o excesso de velocidade.
Já entre caminhoneiros, motoristas de carros de passeio e de ônibus, ganha destaque a falta de visibilidade. A alternativa foi marcada por 28,1% dos entrevistados.
“Haverá sugestão para que ocorra a supressão da vegetação nas proximidades da rodovia para auxiliar na visibilidade dos motoristas em alguns trechos. Em outros pontos da BR 262, haverá a instalação de cercas. Além disso, outra atitude que deverá ser implantada é a instalação de radares nos trechos com maior incidência de acidentes”, afirma a coordenadora do Programa de Monitoramento de Atropelamento de Fauna na rodovia, a bióloga Marcela Barcelos Sobanski.
O instituto vai encaminhar ao Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), responsável pela obra, um relatório com medidas para reduzir as estatísticas de atropelamento de fauna no trecho.
A pesquisa faz parte de um projeto iniciado no ano passado para que a 262 se torne uma rodovia ecológica. A proposta era adotar uma série de ações para evitar o atropelamento dos animais silvestres. Como sinalização especial, cercas em áreas críticas de mortandade de animais na pista e 93 passagens de animais sinalizadas.