Raridade, loba-guará grávida com quatro filhotes é atropelada na BR-163
Mais uma vítima das estradas de MS, animal ameaçado de extinção sofreu fratura ao colidir com veículo
Uma mamãe loba-guará chegou ao Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) há cerca de três dias, carregando dentro da barriga quatro filhotes. Mais uma vítima das estradas que cortam o Estado, o animal que está ameaçado de extinção foi resgatado pela CCR MS Via, na BR-163, próximo a Jaraguari, a 40 km de Campo Grande.
De acordo com o médico veterinário doutor Lucas Cazati, 41 anos, os exames confirmaram a gestação. “Depois da quarentena, fizemos o exame físico que constatou a lesão óssea. Fiquei desconfiado com um leve aumento da região abdominal. Ela foi encaminhada para o raio-x e ultrassom da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) que confirmou a fratura e a gestação de quatro animais vivos e em conformidade fetal normal”, explicou
Todo o suporte nutricional para os filhotes nascerem bem e fortes está sendo administrado. “Nossa equipe está engajada para devolver o maior número de canídeos para a natureza. É fantástico poder ajudar esse animal tão emblemático e, ao mesmo tempo, é o quadruplo da responsabilidade. Eles vão poder gerar mais 30 animais. O trabalho é pela continuidade da espécie”, destacou Lucas.
A loba-guará tem aproximadamente 5 anos e não poderá passar por cirurgia na pata até o parto, previsto para os próximos 15 dias. O médico veterinário explica que qualquer anestesia aplicada para realizar o procedimento pode afetar o desenvolvimento dos fetos, por isso a mãezinha só está recebendo remédios para o controle da dor.
Ela segue estável, mas inspira cuidados por conta da medicação. No momento, o animal está reagindo bem, se alimentando e até rosnando para os tratadores. Esta é a primeira vez que uma gestante da espécie chega ao Cras. O centro já recebeu situação semelhante de uma mamãe jaguatirica.
O loba-guará é um animal considerado tão raro quanto uma onça-pintada. Símbolo do Cerrado, o bicho tem perdido espaço no seu habitat com o avanço de lavouras. A expectativa do Cras é conseguir reabilitar os cinco indivíduos e devolver para o bioma o mais rápido possível.
