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Meio Ambiente

Volume de lixo cresce 7% na década: cada morador produz quase 1 quilo por dia

No ano passado, foram coletadas 874 toneladas de resíduos diariamente em Campo Grande

Aline dos Santos e Mariely Barros | 14/04/2023 11:38
Lixeiras à espera da passagem do caminhão de lixo no Bairro Maria Aparecida Pedrossian. (Foto: Henrique Kawaminami)
Lixeiras à espera da passagem do caminhão de lixo no Bairro Maria Aparecida Pedrossian. (Foto: Henrique Kawaminami)

A produção de lixo segue a todo vapor em Campo Grande, com crescimento de 7% por mês em quase uma década, a partir do comparativo entre 2013 e 2022. Por dia, cada morador da cidade produz quase um quilo de resíduos. A situação se mostra visível nas lixeiras pela cidade, abarrotadas de materiais que, inclusive, são passíveis de reciclagem.

Aliás, foi visualizando as lixeiras na manhã desta sexta-feira (dia 14), que a recepcionista Ilza de Oliveira, 52 anos, se surpreendeu com a quantidade de embalagens que descartamos no dia a dia.

“Agora a pouco, estava olhando a lixeira e conversando com a minha amiga sobre como a gente não junta dinheiro, mas junta lixo. Aumentou muito, não dá para entender. Ontem, minha filha pediu um copo de açaí por aplicativo de comida. Além do copo e da embalagem, veio guardanapo fora, outro guardanapo dentro, uma colher de plástico embalada em outro guardanapo e um bilhetinho agradecendo a compra. Vou guardar tudo isso? Não, então é lixo”, diz Ilza, moradora no Bairro Maria Aparecida Pedrossian.

A coleta de lixo domiciliar é feita três vezes na semana – segunda, quarta e sexta-feira -, e a cada passagem do caminhão, ela e a família descartam seis sacolinhas plásticas com resíduos. Ilza conta que destina as roupas para doação, enquanto as latinhas de alumínio são entregues para catador de material reciclável.

Claudelice dos Santos cumpre rotina de descartas dois sacos de lixo a cada dia de coleta. (Foto: Henrique Kawaminami)
Claudelice dos Santos cumpre rotina de descartas dois sacos de lixo a cada dia de coleta. (Foto: Henrique Kawaminami)

A dona de casa Claudelice dos Santos, 59 anos, conta que também percebeu que há maior volume de lixo. “Aqui em casa, com certeza aumentou. Temos cachorro e retiramos lixo todos os dias. Mas tem medidas mais sustentáveis, como o mercado que não tem mais sacolinhas”, afirma. Por semana, ela descarta seis sacos de lixo .

Cleuza Maria da Silva, 56 anos, cuidadora, conta que descarta três sacos de lixo de 30 litros por semana. “É pouco porque eu e minha filha comemos muito fora. Quando a gente cozinha em casa, tem mais resíduos. Hoje, vem mais embalagens nas coisas”.

"Hoje, vem mais embalagens nas coisas", afirma Cleuza, sobre aumento da produção de lixo. (Foto: Henrique Kawaminami)
"Hoje, vem mais embalagens nas coisas", afirma Cleuza, sobre aumento da produção de lixo. (Foto: Henrique Kawaminami)

 Toneladas por dia - Na rota do lixo, o material recolhido nas sete regiões urbanas da Capital é levado para o Aterro Sanitário Dom Antônio Barbosa II, na saída para Sidrolândia. A destinação adequada dos resíduos substituiu o lixão, que surgiu em 1984 e ficou quase 30 anos em atividade na mesma região. Atualmente, o aterro está com cerca de 92% da sua capacidade preenchida. Já o novo aterro segue na etapa de licenciamento ambiental.

De acordo com a CG Solurb, que venceu a licitação bilionária para gestão dos resíduos sólidos, considerando o mais antigo e o mais recente ano com todos os 12 meses atendidos pela concessionária, ou seja, 2013 e 2022, houve um aumento de cerca de 7% na quantidade de resíduos sólidos domiciliares coletada.

No ano passado, em média, foram coletadas 874,53 toneladas de resíduos sólidos domiciliares por dia em Campo Grande. Desta forma, “considerando a última estimativa populacional do IBGE, a geração per capita em Campo Grande é de 0,955 kg/(habitante/dia)”, informa a CG Solurb.

Aterro sanitário de Campo Grande fica localizado na saída para Sidrolândia. (Foto: Marcos Maluf)
Aterro sanitário de Campo Grande fica localizado na saída para Sidrolândia. (Foto: Marcos Maluf)

Em 2011, a produção anual do lixo em Campo Grande chegou a 252 mil toneladas. Se empilhado, o montante resultaria em 42 prédios de 18 andares.

Os caminhos para redução do lixo passam pelos 5 “R”: repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar. Para redução, as orientações são evitar empacotamentos desnecessários, levando sua própria bolsa de compras; preferir produtos com embalagens recicláveis; comprar produtos duráveis e resistentes, e alimentos frescos não embalados; planejar bem as compras para não haver desperdício; evitar produtos descartáveis; e preferir embalagens retornáveis.

Já no campo de reutilizar, as condutas sugeridas são: separar sacolas, sacos de papel, vidros, caixas de ovos e papel de embrulho que podem ser reutilizados; usar para rascunho o verso de folhas de papel já utilizadas; pensar em restaurar e conservar, antes de jogar fora; preferir coador de café não descartável; doar roupas, móveis, aparelhos domésticos, brinquedos que possam ser reaproveitados por outros; levar seu lanche ou almoço em recipientes reutilizáveis e não em invólucros descartáveis.

Papelão pode ser reciclado, mas foi descartado como lixo comum. (Foto: Marcos Maluf)
Papelão pode ser reciclado, mas foi descartado como lixo comum. (Foto: Marcos Maluf)

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