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Política

“Tenho convicção que a verdade será esclarecida”, diz Nelsinho sobre Gisa

Aline dos Santos | 03/08/2015 11:56
Nelsinho disse que recorreu de decisão que bloqueou bens. (Foto: Marcos Ermínio)
Nelsinho disse que recorreu de decisão que bloqueou bens. (Foto: Marcos Ermínio)

O ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), que teve bens bloqueados pela Justiça Federal como garantia em eventual condenação por fraudes na implantação do sistema Gisa (Gestão de Informação em Saúde), afirmou que recorreu e espera por reviravolta no caso.

“Nós contestamos e tão logo possamos apresentar em juízo a nossa defesa, tenho convicção que a verdade será esclarecida”, diz. Ao todo, foram bloqueados R$ 32,7 milhões de empresários e agentes públicos.

A defesa de Nelsinho e do ex-secretário municipal de Saúde, o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM), recorreu ao TRF 3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região).

“Dos vários pontos alegados pelo Ministério Público, combatemos um a um. Não houve ilegalidade”, afirma o advogado Vladimir Rossi Lourenço.

Representante do empresário Naim Alfredo Beydoun, o advogado Tiago Bana Franco informou que o processo corre em segredo de justiça e que não pode se manifestar.

Do total de R$ 32 milhões, Mandetta teve bloqueio de R$ 8.208.254,00. O montante é resultado da soma de R$ 8.166.364,00 do sistema e R$ 42.160, valor em dobro da passagem custeada por empresa com destino a Portugal.

Outros R$ 8,1 milhões são de bens e valores do ex-prefeito Nelson Trad Filho, Leandro Mazina Martins (ex-secretário de Saúde), Bertholdo Figueiró Filho (ex-coordenador da Central de Compra), João Mitumaça Yamaura (ex-coordenador do Instituto Municipal de Tecnologia), Mara Iza Arteman, Adilson Rodrigues Soares e Suelen Aguena Sales Lapa. Os três últimos eram membros da comissão de licitação.

A indisponibilidade dos bens de Naim Alfredo Beydoun, Telemídia e Technlogy International Comércio e Serviços de Tecnologia Ltda., Avansys Tecnologia Ltda, Estrela Marinha Informática Ltda. e Alert Serviços de Licenciamento de Sistema de Informática para a Saúde Ltda. correspondeu ao dobro do valor: R$ 16.374.888,00.

A Beydoun International Administração, Participação e Investimento Ltda. também teve bloqueio de R$ 42.160, dobro do custo da passagem doada a Luiz Henrique Mandetta.

Em fevereiro deste ano, o MPF (Ministério Público Federal) denunciou 26 pessoas e empresas por fraude na implantação do Gisa. Foram ajuizadas duas ações por improbidade administrativas. Conforme a denúncia, a licitação do sistema foi marcada por favorecimento e falhas contratuais.

De acordo com as investigações, o consórcio liderado pela Telemídia foi criado “única e exclusivamente” para vencer a licitação e subcontratar os serviços à empresa portuguesa Alert, terceirização proibida pelo edital da licitação.

O convênio entre prefeitura de Campo Grande e Ministério da Saúde era para agendamento de consultas por telefone na rede pública. Com base no relatório da CGU (Controladoria-Geral da União), o ministério rescindiu o contrato do sistema e determinou a devolução do dinheiro.

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