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Política

Agentes patrimoniais questionam o projeto de armas não letais em escola

Servidores que fazem a proteção das escolas queriam fazer parte da discussão do projeto, que está no legislativo

Leonardo Rocha | 21/03/2019 09:22
Alunos da Escola Estadual Dom Bosco, em Corumbá (Foto: Divulgação/SED)
Alunos da Escola Estadual Dom Bosco, em Corumbá (Foto: Divulgação/SED)

Responsáveis pela segurança das escolas estaduais durante a noite e nos finais de semana, os agentes de segurança patrimonial questionam o projeto de João Henrique Catan (PR), que prevê a aquisição de armas não letais nas unidades de ensino, a serem usadas por funcionários treinados.

“Nosso trabalho é justamente de segurança e proteção das escolas, porque não entrar em contato conosco, para que nós façamos esta segurança das unidades durante o dia? Precisaria apenas fazer novas contratações para suprir a demanda”, disse o presidente do Sindicato dos Agentes Patrimoniais, Geraldo Celestino.

Ele ressaltou que o autor do projeto poderia ter feito uma reunião com a categoria, até para discutir o projeto e buscar soluções. “Juntos poderíamos entrar em contato com o governo para viabilizar esta segurança ao longo do dia nas escolas, não precisando treinar funcionários da escola, que não tem esta atribuição”, destacou.

Geraldo explicou que hoje existem 770 agentes (patrimoniais) na ativa em órgãos públicos do Estado, inclusive nas escolas estaduais. No entanto eles trabalham das 19h até às 7h da manhã – durante a semana - fazendo a segurança, além de ficar durante todo o dia nos finais de semana, em algumas unidades. “Queremos ser acionados e ouvidos sobre esta proposta, até porque é nossa função”.

Deputado João Henrique Catan (PR) foi quem apresentou projeto (Foto: Assessoria/ALMS)
Deputado João Henrique Catan (PR) foi quem apresentou projeto (Foto: Assessoria/ALMS)

Projeto – A proposta de João Henrique Catan também vem ganhando críticas dentro da Assembleia, já que alguns deputados alegam que cabe aos órgãos de segurança dar proteção às escolas e não ter “armas não letais”, para serem usados pelos funcionários.

Já o autor justifica que o uso destas armas (não letais) são para casos extremos e de emergência. Elas ficariam armazenadas nas unidades e seriam usadas por funcionários que passariam por um treinamento. Ele citou entre as armas, o gás lacrimogêneo, lançador de choque e spray de pimenta, entre outros itens.

O projeto ainda prevê que caberá a escola buscar a Secretaria de Educação, para requisitar tais armas e a unidade precisaria de um aval da Associação de Pais e Mestres daquela região, provando que era uma decisão de toda comunidade escolar. Os equipamentos seriam comprados pelo governo estadual.

Entramos em contato com o autor da proposta, mas até o fechamento da matéria, ele não atendeu as ligações.

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