Alvo da PF na Lava Jato, empresa operou de 98 até 2010 no Estado
Alvo da 18ª fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, a empresa Consist Software teve contratos por mais de 10 anos com o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. A empresa é investigada por desviar R$ 52 milhões em contratos firmados com o Ministério do Planejamento.
A empresa teria ligação com o ex-ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e com a mulher dele, a senadora pelo Paraná, Gleisi Hofmann (PT). A Consist teria realizado pagamento sem justificativa aparente, conforme a PF, ao advogado Guilherme Gonçalves, que seria ligado ao casal.
O Campo Grande News apurou que a empresa firmou contrato com o Governo de Mato Grosso do Sul no início do primeiro Governo de Zeca do PT. Na época, Paulo Bernardo era secretário estadual de Fazenda, e Gleisi comandou uma secretaria de reestruturação administrativa.
A Consist Software atua na área de sistema de gestão de crédito de consignado, previdência e assistência técnica. A empresa também tinha contratos com a Petrobras e firmou contrato com o Ministério do Planejamento em 2010, quando Bernardo era o titular.
Conforme o Diário Oficial do Estado, o último contrato entre a Consist e o Governo do Estado foi firmado em agosto de 2007, no valor de R$ 3,7 milhões. Este contrato foi prorrogado por um ano em janeiro de 2010, conforme o segundo termo aditivo publicado também no Diário Oficial do Estado.
Conforme a denúncia investigada pela Polícia Federal, a empresa abasteceu ilegalmente o caixa do PT, que era controlado pelo tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, que está preso desde abril.
Em nota, segundo o jornal Folha de S.Paulo, a senadora Gleisi Hoffmann negou qualquer relação entre os pagamentos e a eleição. O advogado Guilherme Gonçalves garantiu que prestou o serviço e rechaçou a denúncia de que houve pagamento irregular. O ex-vereador de Americana, Alexandre Corrêa de Oliveira Romano, segundo a PF, seria o intermediário no pagamento de propinas pela Consist.
Na Operação Lava Jato, nesta fase da investigação, denominada Pixuleco 2, a Polícia Federal não citou políticos nem autoridades de Mato Grosso do Sul.
O Campo Grande News ligou para Paulo Bernardo, mas ele não atendeu as ligações nem retornou aos recados.