Câmara leva a plenário nesta noite denúncias contra dois vereadores
Acusações, distintas, envolvem ex-presidente acusado de peculato pelo MPMS e vereador suspeito de patrocinar festa na qual adolescentes consumiram álcool e drogas
A Câmara Municipal de Água Clara –a 198 km de Campo Grande– deve colocar em pauta na sessão desta segunda-feira (21) duas denúncias oferecidas contra vereadores por fatos distintos. O presidente afastado da Casa, Vicente Amaro de Souza Neto (PDT), foi alvo de processo disciplinar sob acusação de peculato envolvendo a nomeação de uma “funcionária fantasma”, ao passo que o segundo secretário da Casa, Gustavo Gimenez Guiraldelli (PSDB), acabou denunciado por um popular por supostamente ter patrocinado uma festa na qual adolescentes consumiram bebidas alcoólicas e drogas.
Presidente em exercício da Câmara de Água Clara, Simone Oliveira Batista (a “Xucra”, do Patriota) informo que ainda aguardava parecer jurídico sobre as duas acusações, mas confirmou que ambas devem ser pautadas para a sessão desta noite, a partir das 19h.
“A denúncia contra o Vicente foi apresentada na quinta-feira (17) e que cita o vereador Gustavo na sexta (18). O Regimento Interno da Câmara prevê a submissão das denúncias ao plenário na próxima sessão após sua interposição, ou seja, nesta segunda”, explicou. Ela ressaltou que a Procuradoria Jurídica da Casa analisará as peças dando parecer pela regularidade, cabendo aos vereadores decidirem se aceitam ou não. “O plenário é soberano nessas situações”.
As acusações contra os vereadores, se acatadas, resultarão em abertura de comissões processantes sobre cada caso, que por sua vez podem levar a pareceres recomendando cassações ou a inocência dos acusados.
Peculato – Ex-presidente da Câmara, Vicente Neto foi alvo de operação do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) em 19 de março, na qual foi investigada a nomeação da advogada Alessandra Thomé Vanzin.
A suspeita é que ela seria funcionária fantasma da Casa –nomeada assessora jurídica comissionada, sua ausência teria sido encoberta pelo vereador ao longo de 14 meses, entre janeiro de 2017 e 22 de fevereiro deste ano, quando foi exonerada.
Na ação, o MPMS chegou a conseguir o afastamento de Vicente das funções. Ele foi acusado de produzir documentos supostamente elaborados pela funcionária. As suspeitas foram referendadas por outros vereadores e servidores.
Denúncia – Gustavo Guiraldelli, por sua vez, foi apontado na denúncia à Câmara como patrocinador de uma festa, realizada em uma casa do Jardim Morumbi, em Água Clara, entre a noite de 14 e a madrugada 15 de abril, que demandou presença policial diante de denúncia de que adolescentes teriam consumido bebidas alcoólicas. Na ocasião, 60 jovens foram detidos e, no local, foram apreendidos entorpecentes.
O envolvimento de um vereador da cidade no evento teria sido confirmado à Polícia Civil pelos organizadores do evento, segundo informações da imprensa local à época –e que foram anotadas pelo responsável pela denúncia à Casa de Leis, o representante comercial Rosalino da Costa Mendes, atribuindo a responsabilidade a Guiraldelli. Segundo o autor da acusação, a festa seria parte do cumprimento de uma promessa de campanha, além de representar conduta irregular do agente público.
A reportagem tentou contatar os vereadores citados nas denúncias para comentarem as acusações, mas não os localizou.