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Política

Campeã nos debates, Simone bate Ciro Gomes, fica em terceiro e faz história

Agora, a candidata tem o desafio de se manter na cena política nacional

Aline dos Santos | 02/10/2022 20:25
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade
Simone Tebet concorreu à presidência do Brasil e agora precisa se manter na cena política. (Foto: Marcos Maluf)
Simone Tebet concorreu à presidência do Brasil e agora precisa se manter na cena política. (Foto: Marcos Maluf)

O primeiro turno da corrida eleitoral para presidente do Brasil termina com uma certeza: Simone Tebet (MDB) sai com estatura eleitoral bem maior do que quando se candidatou.

Com 4,2% dos votos, a estreante na disputa presidencial não foi capaz de romper a polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), mas ultrapassou Ciro Gomes (PDT), que estava na quarta eleição presidencial. O pedetista ficou com 3%.

Agora, dará adeus em fevereiro de 2023 ao cargo de senadora, foi sondada para ser ministra num eventual terceiro governo de Lula e tem o desafio de seguir na cena política, principalmente no próprio partido, o MDB, onde nunca foi nome de consenso.

O caminho de Simone foi tortuoso, com as velhas conhecidas traições dentro do seu MDB. No ano passado, a parlamentar disputou a presidência do Senado, o seu partido desembarcou do projeto, mas ela seguiu de forma independente. O resultado foi a derrota para Rodrigo Pacheco, mas Simone conseguiu se projetar no Senado, desta vez na CPI da Covid.

Na disputa para a presidência do Brasil, ela se consolidou como opção da chamada terceira via, deixando para trás nomes como o ex-juiz federal Sergio Moro e João Dória, ex-governador de São Paulo. Neste aspecto, pesaram o fato de Simone ter a menor rejeição entre os eleitores e ser mulher. Os partidos são obrigados a investirem ao menos 30% dos recursos dos fundos partidário e eleitoral em candidaturas femininas.

Se apresentando como capaz de unir o Brasil e enfrentar a fome, Simone teve projeção nos debates. A senadora não se furtou a indagar Bolsonaro sobre suas declarações depreciativas às mulheres ou questionar Lula sobre corrupção.

Neste domingo, ao votar em Campo Grande, ela lamentou a polarização ideológica que “está contaminando a alma do povo brasileiro” e citou que sua candidatura foi a proposta de ser “o caminho do meio, da moderação, do diálogo”.

Natural de Três Lagoas, Simone Tebet tem 52 anos e é filha de Ramez Tebet, que foi presidente do Senado. Em 2004, a advogada foi eleita a primeira mulher prefeita de Três Lagoas, cidade importante da região leste de Mato Grosso do Sul, a 327 quilômetros da Capital.

Na sequência, Simone foi reeleita prefeita em 2008 com 76% dos votos. Tão forte nas urnas, ela deixou a prefeitura para ser vice-governadora, eleita junto com o ex-governador André Puccinelli (MDB). Depois, se elegeu senadora.

Segundo turno - Após o resultado do primeiro turno. Ela disse que já tem uma posição definida para o segundo turno, mas que aguardará a definição do partido, que deverá ser feita nas próximas 48 horas. "A minha decisão já está tomada. Eu tenho lado e vou me pronunciar no momento certo. Espero que vocês entendam.”

Reconhecendo o resultado das urnas, ela disse que a vontade soberana do povo se fez presente nas ruas. "O povo falou através do voto e nós, obviamente, acatamos a vontade soberana do povo.” Ela destacou o crescimento da campanha, que teve maior número de votos em toda a história do MDB para a presidência, desde a redemocratização.

“Esse é um feito, mas ele traz consigo uma grande responsabilidade. As urnas nos trazem uma reflexão - é preciso entender o recado das urnas. Não apenas da candidatura majoritária das urnas, mas uma reflexão sobre os candidatos.”

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