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Política

Com três anos de antecedência, Marun lança Puccinelli ao governo de MS

Ex-governador não se candidata desde que ganhou segundo mandato, em 2010

Marta Ferreira e Leonardo Rocha | 18/07/2019 13:08
Marun conversa com jornalistas durante agenda em Campo Grande nesta quinta-feira. (Foto: Fernanda Palheta)
Marun conversa com jornalistas durante agenda em Campo Grande nesta quinta-feira. (Foto: Fernanda Palheta)

Se depender do MDB, a eleição de 2022 para a sucessão de Reinaldo Azambuja terá de volta o coraçãozinho e o “Amor Trabalho e Fé”, slogan grudado na imagem política do ex-prefeito de Campo Grande e ex-governador por duas vezes de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, há mais de duas décadas o principal nome da legenda no Estado.

Mesmo depois de prisão de quase seis meses, da qual André saiu em dezembro, o médico de 71 anos foi “lançado” para a disputa pelo fiel escudeiro Carlos Marun, conselheiro da usina de Itaipu, graças ao ex-presidente Michel Temer, e terceiro vice-presidente do diretório estadual emedebista.

Durante agenda nesta quinta-feira (18), no Aeroporto Internacional de Campo Grande, Marun foi perguntado sobre suas ambições políticas e, de cara, defendeu a candidatura de Puccinelli. “Sou um sargento dentro do Exército do MDB que pretende levar André ao governo do Estado em 2022”, declarou.

“Esse é o planejamento do partido, eleger o André como governador nas próximas eleições”, complementou. Marun afirmou, ainda que, se for para “ajudar o André”, topa inclusive uma candidatura a deputado federal ou ainda ser um coordenador de campanha.

Há uma eleição antes, para prefeito, no ano que vem, e o nome do “Dr André” já foi citado, mas segundo Marun, o partido “tem convicção” de que André será o candidato em 2022 e não a prefeito. Pela observação do conselheiro de Itaipu, “não está nos planos nem do ex-governador nem do partido” o lançamento a prefeito.

“Eu, Marun, até penso diferente, entendo que deveria avaliar essa alternativa, pois o André é o nosso candidato natural também para prefeito, mas até agora não vi nenhum sinal dele de que ele tenha essa pretensão”, relatou. Citou como evidencia do interesse em disputar o comando do Parque dos Poderes o fato de a agenda de André ser toda no interior de MS, com reuniões e visitas. “O planejamento é 2022”, repetiu.

O santinho de Puccinelli em sua primeira eleição ao Executivo, em 1996. MDB quer o político de volta ao governo em 2022, segundo Carlos Marun. (Foto: reprodução internet)
O santinho de Puccinelli em sua primeira eleição ao Executivo, em 1996. MDB quer o político de volta ao governo em 2022, segundo Carlos Marun. (Foto: reprodução internet)

Vai não vai – André Puccinelli não disputa eleição desde que ganhou o segundo mandato de governo, em 2006, ainda no primeiro turno, com 61% dos votos. Desde 2017, vive um terremoto jurídico, sob acusação de participação em esquemas de desvio de dinheiro público. Ele é investigado pela operação Lama Asfáltica, que apura, em apenas uma de suas fases, a Papiros de Lama, prejuízo de R$ 230 milhões aos cofres públicos.

Já usou tornozeleira eletrônica, em maio de 2017 e ficou preso duas vezes, em novembro daquele ano e entre julho do ano passado e dezembro. No tempo passado na cela 17 do Instituto Penal de Campo Grande, teve a companha do filho, o advogado André Puccinelli Junior.

Na eleição passada, para o governo, foi mantido como opção do MDB para disputar a eleição até mesmo depois de preso, quando anunciou a desistência e acabou substituído pelo ex-deputado Junior Mochi. Continuou, porém, como presidente estadual da legenda e chegou a fazer reuniões políticas dentro da cadeia. Marun foi um deus principais visitantes no presídio.

Carreira - Nascido em Viareggio, na Itália, veio pro Brasil ainda pequeno. Formou-se médico no Paraná, atuou em Fátima do Sul, foi secretário de Saúde nos anos 1980 e depois deputado estadual e federal.

Em 1996, candidatou-se a prefeito de Campo Grande, vencendo Zeca do PT por uma diferença de 411 votos, na eleição mais disputada já registrada na cidade, inaugurando o uso da urna eletrônica.

Depois, reelegeu-se em 2000, no primeiro turno, com 223 mil votos. Em 2006, disputou o governo pela primeira vez e em 2010 reelegeu-se, sempre em primeiro turno. Depois de deixar o governo, em 2014, sempre foi cogitado para as disputas tanto ao Executivo estadual quanto à prefeitura, ou ainda ao Senado, mas sempre acabou desistindo.

Desde que saiu da prisão, Puccinelli não se manifestou sobre seu futuro político.

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