CPI do Cimi continua com polêmicas e impasse sobre depoimentos
A CPI criada para investigar o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) continua gerando polêmica e impasse entre os deputados. Agora que começou a fase de depoimentos, existem divergência sobre a utilização de estudos apresentados, como na primeira reunião, onde Pedro Kemp (PT) requisitou que seja retirada do documento final.
Na reunião de ontem (14) foram ouvidos os jornalistas Lorenzo Carrasco e Nelson Barreto, que fizeram uma explanação sobre a história sobre a colonização do país e América do Sul, ressaltando a histórias destes grupos e entidades que apoiam os povos indígenas, com duras críticas e acusações ao Cimi, que teria outros interesses por trás destes trabalhos.
Carrasco chegou a dizer que o Cimi é um “órgão de fachada” para apoiar pleitos de ongs e que foge do seu papel para qual foi criado. Já Barreto disse ser contrário a demarcação de terras que são rentáveis, ressaltando que a Reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, foi abandonada.
O deputado Pedro Kemp (PT), integrante da CPI, fez um pedido para que esta reunião não seja incluída nos trabalhos da comissão, pois segundo ele, foram apenas palestras ou uma audiência com nenhuma informação ou apresentação de provas sobre a investigação do legislativo. “Registrei para que não entre no relatório final”.
Já a presidente da CPI, a deputada Mara Caseiro (PT do B), ressaltou que os jornalistas estavam como convidados e não para prestar depoimento, sendo importantes para contextualizar toda esta situação no campo, que já houve em outros lugares e tem toda uma história por trás dos acontecimentos.
“São estudiosos que puderam explicar o sentido real destas invasões, eles não teriam que apresentar provas, mas colaborarem com esta história, pois tem o entendimento da origem e do que aconteceu em outros lugares, como na Raposo Serra do Sol, o que demostra que toda esta ação é orquestrada, a reunião foi muito válida”.
A investigação vai apurar se o Cimi incentiva ou financia as invasões de terras em Mato Grosso do Sul, por grupos indígenas, além de verificar se os recursos que vem de fora do país, para entidade, são usados para melhorar as condições de vida dos indígenas ou para outros interesses.