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Política

Sociólogo critica atuação do Cimi e diz que órgão descumpre papel

Priscilla Peres e Michel Faustino | 13/10/2015 17:03
Primeira oitiva da CPI acontece nesta tarde. (Foto: Michel Faustino)
Primeira oitiva da CPI acontece nesta tarde. (Foto: Michel Faustino)

Acontece nesta tarde o primeiro encontro de trabalho da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) criada para investigar a atuação do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), com depoimentos de dois jornalistas estudiosos da causa que estão expondo seus estudos sobre a questão indígena brasileira.

O sociólogo e jornalista Lorenzo Carrasco é autor do livro "Quem manipula os povos indígenas, contra o desenvolvimento do Brasil" e foi convidado para colaborar com a CPI. Ele foi o primeiro da tarde a falar e criticou a atuação do Conselho Indigenista, alegando que o órgão descumpre seu papel em relação ao viés missionário.

Carrasco apresentou desde o cenário de colonização do país e da América Latina, com a atuação da Igreja Católica neste processo. "O Cimi saiu de dentro do Conselho Mundial de Igreja, mas que atualmente foge do papel. O órgão é uma fachada para apoiar o pleito de diversas ONG's".

O pesquisador ainda falou sobre a intenção do Cimi de desestruturar o sistema produtivo brasileiro e que há uma divulgação muito forte, fora do país e principalmente na Europa, de que a soja e carne de MS tem sangue de crianças indígenas. "Diante de todos os conflitos, eles vendem como se os produtores do Estado só visassem a produção, para desestabilizar o sistema rural".

Ele ainda lembrou que no geral, em todo a Brasil, as demarcações funcionam sob pressão política internacional. Como a reserva Raposa do Sol, em Roraima, onde houve uma pressão da União Europeia na gestão do ex-presidente Lula (PT), para que fosse feita a reserva e assim liberasse a exportações de produtos agrícolas daquela área. "Grandes importadores fecham as portas, diante dessas informações. Teve a intenção de se criar uma reserva guarani kaiowá no região sul do estado, na tríplice fronteira, mas esse processo não andou".

Após sua fala, o deputado estadual Paulo Corrêa (PR), membro da CPI do Cimi, voltar a falar sobre o discurso de que a produção estadual é manchada pela morte de indígenas. "Em MS, a carne e a soja, são manchadas pelo suor do produtor. É preciso desmitificar essa situação. Temos que repudiar, por que na verdade existe um trabalho e se existe terras de direito, é preciso haver um consenso e não simplesmente prejudicar toda a cadeia", diz.

Ainda nesta tarde, o jornalista Nelson Barretto autor dos livros "Revolução Quilombola" e "Tribalismo Indígena: Ideal Comuno-Missionário para o Brasil no século XXI: 30 anos depois", falará sobre o assunto.

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