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Política

Delcídio diz que gravação de Jucá foi mais explícita e comprometedora

Leonardo Rocha | 24/05/2016 09:06
Delcídio comparou a gravidade da gravação de Romero Jucá com a sua (Foto: Geraldo Magela /Agência Senado)
Delcídio comparou a gravidade da gravação de Romero Jucá com a sua (Foto: Geraldo Magela /Agência Senado)

O ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) se manifestou sobre a gravação do ex-ministro do Planejamento, Romero Jucá, divulgada ontem (23). Ele disse que a ação do peemedebista foi muita mais explícita e constrangedora do que a sua, mostrando uma "obstrução de justiça institucionalizada".

Segundo o jornal O Estado de São Paulo, Delcídio ainda cobra que seja feito um pedido de cassação ao ex-ministro, que foi exonerado hoje (24), em publicação do Diário Oficial da União. Entretanto espera que seja dado todo o espaço de defesa, reclamando que ele próprio não teve.

"Ele fala de tudo, e por muito menos eu fui pro saco. Ele cogita uma mudança de governo para se fazer um pacto contra a Lava Jato. É absurdo!", disse o ex-senador a reportagem. Também comentou que as gravações provam que esta "obstrução da justiça" estava à nível presidencial e do legislativo, e passava pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT). "Isso é muito grave".

Delcídio avalia que a gravação mostra que "não havia argumento para o impeachment" e que os motivos para o processo eram outros. Ainda acredita que Romero não volte ao Ministério (Planejamento), já que se inviabilizou politicamente. Sobre uma eventual prisão, algo que no seu caso ocorreu, preferiu não comentar.

Para o ex-líder do Governo, esta gravação deu "munição" para oposição e tem seu peso no começo da gestão Michel Temer (PMDB), mas que não vai reverter o processo de impeachment em curso no Senado, já que na sua opinião, Dilma está sem condições de comandar o País.

Delcídio foi preso em novembro do ano passado, justamente porque foi gravado em uma conversa com o filho de Nestor Cerveró, onde tentava impedir a realização de uma delação premiada. De acordo com o STF (Supremo Tribunal Federal), estava tentando atrapalhar a Operação Lava Jato. Por esta conduta também teve seu mandato cassado por 74 votos a favor e nenhum contra.

Romero Jucá teve participação neste julgamento, já que foi o autor do requerimento de urgência para esta votação. A ação foi feita depois que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a sugerir o adiamento do afastamento da presidente, se o processo de Delcídio não fosse votado antes.

"Depois da gravação do Mercadante, Lula e Dilma e essa agora do Jucá, com todo respeito, a minha conversa é uma Disney, uma grande brincadeira", concluiu o ex-senador.

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