Deputados de MS dizem que faltam votos para aprovar reforma política
Principais mudanças nas regras precisam de dois terços dos votos para serem aprovadas
Os deputados federais de Mato Grosso do Sul afirmaram que faltam votos para aprovação das principais mudanças, na reforma política, que está em tramitação no Congresso Nacional. Eles alegam que cada grupo político defende algo diferente e que a intenção é se buscar um acordo na semana que vem.
A dificuldade para aprovar as mudanças é que se precisa de dois terços dos votos da Câmara Federal (308 dos 513), para serem aprovadas, já que se trata de um Projeto de Emenda Constitucional. "Aquilo está parecendo uma torre de babel, cada um fala uma língua diferente", admitiu o deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM).
O democrata ressalta que questões como "distritão", financiamento público, fim das coligações proporcionais e cláusula de barreira não estão tendo o devido acordo dos parlamentares, com votos insuficientes para serem aprovadas. "Além disto o tempo é curto, precisa se votar nas duas Casas de Lei em 30 dias, para valer em 2018".
Carlos Marun (PMDB) também descreveu o mesmo cenário. "Não existe maioria para ser aprovado nada neste momento, os líderes partidários vão tentar um acordo para semana que vem, senão a reforma política não vai funcionar na prática. Sou a favor do distritão e financiamento privado", disse o peemedebista.
Para Geraldo Resende (PSDB) o fundo público de R$ 3,6 bilhões será descartado e não tem o apoio da maioria. "Não se tem clima neste momento para este financiamento, quando se falta recursos para educação e saúde. Os assuntos polêmicos não têm votos suficientes para passar, talvez apenas o fim das coligações proporcionais".
Já Dagoberto Nogueira (PDT) avalia que para criação de um fundo público de campanha, tem que se decidir de onde virá o recurso. "Se fala até na verba destinada para as emendas coletivas e individuais dos parlamentares, pois precisa da onde será tirado do orçamento".
O pedetista também criticou a proposta do "distritão", que segundo ele, enfraquece os partidos e "personaliza" as votações. "Seria um risco para democracia, este sistema é usados em poucos países árabes, os mais desenvolvidos adotam outro modelo, seria um retrocesso".
Para Tereza Cristina (PSDB) o distritão deveria ser apenas um processo de transição, para que no futuro seja implantado o distrital-misto, com representantes por regiões. Ela também é contra fundo público de campanha, pois defende regras mais rígidas para doações privadas.
O Campo Grande News entrou em contato com Zeca do PT, Vander Loubet (PT) e Elizeu Dionísio (PSDB), mas eles não atenderam as ligações, até o fechamento da reportagem.