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Política

Deputados debatem impacto do transporte de madeira na Estrada Parque

Circulação de caminhões carregados com eucalipto está gerando preocupações entre os moradores locais

Por Jhefferson Gamarra | 04/04/2024 12:41
Caminhão carregado com madeira na estrada (Foto: Direto das Ruas)
Caminhão carregado com madeira na estrada (Foto: Direto das Ruas)

Durante sessão ordinária desta quinta-feira (4) na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), o deputado estadual Paulo Duarte (PSB) trouxe à tona o debate sobre o equilíbrio entre o crescimento econômico e a preservação ambiental no estado diante da proposta da empresa Suzano, do setor de papel e celulose, de utilizar um trecho da MS-450, conhecida como Estrada Parque de Piraputanga, para o transporte de madeira. A proposta está gerando preocupações entre os moradores locais.

"Tenho recebido diversas reclamações dos moradores da região turística diante do tráfego intenso de caminhões na MS-450, para o transporte de eucalipto", destacou Paulo Duarte, referindo-se à proposta da Suzano. "Piraputanga tem um potencial fantástico, com perspectivas claras de crescimento econômico por conta do meio ambiente preservado, portanto, precisamos resolver essa equação de crescimento", enfatizou o parlamentar.

Durante a discussão, o deputado Pedro Kemp (PT) ressaltou que a atual situação levou o Instituto SOS Pantanal a renunciar à vaga no Conselho Consultivo da Área de Proteção Ambiental Estrada-Parque Piraputanga. "Nosso apelo para que a Agesul e Imasul olhem com carinho para esse problema e apresentem alternativas", acrescentou Kemp, enfatizando a urgência de medidas.

O Instituto SOS Pantanal chegou a apresentar duas alternativas para o escoamento, evitando o tráfego pela MS-450. A primeira seria um caminho alternativo. São 101 km saindo da floresta plantada sentido MS-345, passando por Cipolândia e chegando à MS-447, seguindo até o fim, ao encontro da MS-352 que leva a Terenos.

A segunda proposta conta com 102 km, mantendo a rota inicial, mas com medidas compensatórias à altura do impacto ambiental, e tomando medidas para garantir a integridade da fauna, como trafegar na rodovia entre 8h e 16h, velocidade máxima de 45 km por hora, e instalação de portais nas extremidades da estrada, entre outras ações.

Deputado Paulo Duarte (PSB) durante a discussão do tema na Alems (Foto: Divulgação)
Deputado Paulo Duarte (PSB) durante a discussão do tema na Alems (Foto: Divulgação)

Duarte também abordou as condições da BR-262, apontando a rodovia como um exemplo dos desafios enfrentados pela infraestrutura do Estado. "A estrada está deteriorada por conta do escoamento de minério de ferro, porque não foi projetada para o tráfego intenso", observou o parlamentar, destacando a necessidade de uma abordagem equilibrada entre desenvolvimento e preservação ambiental.

No entendimento do deputado Pedrossian Neto (PSD), a revitalização da ferrovia Malha Oeste surge como uma parte da solução para os desafios logísticos do Estado. "A linha, que deve ser entregue à iniciativa privada, passará pelos Estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo, somando mais de 1.600 quilômetros entre as cidades de Corumbá e Mairinque", destacou, apontando para uma alternativa que poderia aliviar a pressão sobre as rodovias.

A Suzano, responsável pelo transporte de madeira na Área de Proteção Ambiental Estrada Parque de Piraputanga, diz que mantém diálogo constante com as comunidades locais e não foi diferente em relação à MS-450. "Como consequência dessa escuta ativa e proativa com atores locais, foram adotadas uma série de ações adicionais àquelas já praticadas regularmente pela empresa, para o controle e adequação da nossa operação às peculiaridades da localidade".

Entre essas ações, a empresa relata: melhorias na sinalização de trânsito e criação de bolsões para facilitar ultrapassagens; gestão ativa da frota para assegurar a circulação segura e eficiente dos veículos nos horários informados à comunidade; programa de rotas que são faladas diretamente na cabine dos motoristas das carretas, com alertas de limites de velocidades, presença de ciclistas e de fauna; além de treinamentos abrangentes focados em respeito à fauna, ciclistas e práticas ambientais responsáveis.

A Suzano relatou ainda que "a operação na MS-450 foi submetida a todas as autorizações legais junto às autoridades locais" e que o uso da rodovia, também usada por outras empresas de carga, "consiste em um número limitado de 20 viagens diárias de tritens, restritas em horários escolares e com redução considerável da frota aos finais de semana".

Por fim, a a empresa ressalta que colocou à disposição da comunidade seu canal de Ouvidoria – 0800-771 4060 – para que possa receber sugestões, críticas ou denúncias.

Matéria alterada às 18h58 de 05 de abril de 2024 para acréscimo da nota da Suzano.

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