Em discurso na Câmara, Marun diz que Cunha não merece a morte política
O deputado federal sul-mato-grossense Carlos Marun (PMDB), o único do Estado a apoiar a não cassação do ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi o primeiro a discursar nesta noite de segunda-feira (12) em plenário, na sessão que vota o impeachment do parlamentar carioca.
Em sua fala, ele afirmou que truste não é conta bancária e a prova disso é que o relator da questão - favorável a cassação - não levantou essa questão no documento. Ele saiu em defesa de Cunha afirmando que o colega não merece a morte política por ter omitido ter vínculo com a truste, mantida na Suiça.
"Cunha no máximo omitiu ser vinculado a essa truste. Ele não merece ser condenado a pena de morte política", discursou o deputado sul-mato-grossense, se referindo à cassação como uma "morte" na política.
Marun foi um dos deputados mais participativos da sessão, intervindo em diversos momentos em defesa de Cunha. Ele foi o único a falar 10 minutos - enquanto os outros tiveram apenas cinco -, aproveitando para falar que, mesmo antes de ser eleito, Cunha já tinha patrimônios que depois foram apontados como irregulares, desqualificando assim a acusação.
"A mulher de Eduardo Cunha, todos sabem, recebeu US$ 2 milhões de dólares de indenização de um grupo de comunicação do país", afirmou Marun, ao falar de verba recebida por Cláudia Cruz, ex-jornalista da Rede Globo. "O Eduardo Cunha deveria ser julgado no STF, e lá serem feitas a acusações. Lá podendo provar", disse.
Antes, Cunha tentou aprovar uma emenda de uma pena alternativa à cassação, fazendo assim com que Cunha pudesse ser punido, mas sem as consequências do impeachment. A questão foi negada de pronto e não vingou.