Marun se mantém fiel e promete defender Cunha até a votação
O deputado federal sul-mato-grossense Carlos Marun (PMDB), que ganhou os holofotes nacionais por ser o mais fervoroso aliado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante todo seu processo de cassação, garante que ficará ao lado do ex-presidente da Câmara até o final. Inclusive, com uma "última cartada" na hora da votação, prevista para a noite desta segunda-feira (12), para tentar salvar o mandato do colega de partido.
Aliado de Cunha desde quando assumiu sua cadeira na Câmara Federal, Marun esteve junto do ex-presidente durante as votações em Brasília, se tornando um defensor assíduo, logo depois que se abriu o processo de quebra de decoro parlamentar contra o peemedebista no Conselho de Ética. Nas ações que tornaram o processo mais lento, justificou que apenas buscava o cumprimento do regimento da Casa.
Sobre este dia de votação, Marun diz que não vai ter um encontro ou reunião com Cunha antes da votação, mas que conversou com o colega pelo telefone nesta manhã. "Agora, vou me concentrar na leitura do processo, para estar preparado aos debates, nos últimos dias estive no Estado ajudando na campanha dos companheiros de partido".
Marun garante que possíveis "estratégias" de Cunha para esta sessão, na maioria dos casos se tratam apenas de "boatos" e que não tem informações sobre uma possível "debandada" de aliados nesta reta final. "Não estou acompanhando esta movimentação, mas eu tenho posição formada e vou com ela até o fim, que é votar contra a cassação".
Tentativa - Marun afirmou que a "última cartada" para evitar a cassação, será um projeto de resolução, que será apresentado na abertura da sessão, com uma emenda que propõe uma punição alternativa a Eduardo Cunha, que seria a suspensão do seu mandato, por um tempo a ser decidido pelos parlamentares.
"Espero que o atual presidente (Rodrigo Maia) cumpra o regimento e possa receber esta nossa proposta, restando aos colegas decidir se vão acatar ou não", disse Marun, que adiantou que ainda "não jogou a tolha" em relação a este processo, pois acredita que não há provas para cassação do peemedebista.
"Hoje se tem mais notícias do que provas contra o Cunha, por isso a suspensão do seu mandato seria o ideal, já que então a acusação poderia se aprofundar nas provas e investigar se as denúncias contra ele procedem, hoje não existe esta constatação", disse ele.
Sessão - A sessão que vai julgá-lo será na próxima segunda-feira (12), a partir das 19h (horário de Brasília), no plenário da Câmara. São necessários 257 votos, dos 513 deputados, para que Eduardo Cunha seja cassado. A votação será aberta. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), esperava iniciar os trabalhos com ao menos 400 parlamentares em plenário.
Os oito deputados do Mato Grosso do Sul divulgaram que estarão presentes na sessão, para participar da votação. Geraldo Resende (PSDB), Elizeu Dionísio (PSDB), Dagoberto Nogueira (PDT), Zeca do PT, Vander Loubet (PT), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Tereza Cristina (PSB) informaram que são favoráveis a cassação de Cunha, apenas Marun vota contra.