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Política

"Foi uma derrota significativa", admite deputado de MS aliado de Cunha

Paulo Yafusso | 14/06/2016 20:29
Deputado Carlos Marun, do PMDB/MS, durante sessão da Comissão de Ética em que foi aprovado relatório pró-cassação de Eduardo Cunha (Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados)
Deputado Carlos Marun, do PMDB/MS, durante sessão da Comissão de Ética em que foi aprovado relatório pró-cassação de Eduardo Cunha (Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados)

Um dos principais aliados do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) demorou um certo tempo para assimilar a derrota na Comissão de Ética da casa, que decidiu pela aprovação do relatório de cassação do mandato do correligionário. “Temos que reconhecer, foi uma derrota significativa”, declarou.

Ele relatou que até o início da sessão havia a certeza de que Cunha conseguiria se livrar da aprovação do relatório. “Me surpreendeu. Tínhamos a convicção de que a Tia Eron (PRB/BA) e Wladimir Costa (SD/PA) votariam contra”, afirmou o parlamentar sul-mato-grossense.

Na avaliação de Marun, os dois deputados “amarelaram”, diante da pressão popular. Mas o voto de Tia Eron foi decisivo, pois ao votar pela cassação do mandato de Eduardo Cunha, acabou dando mais tranquilidade para Wladimir Costa acompanhar o relatório do deputado Marcos Rogério (DEM/RO), favorável à cassação.

Segundo ele, a expectativa era de que Eduardo Cunha conseguiria se manter no mandato. Com o resultado desta quarta-feira (14), a decepção é grande e mesmo que não queiram assumir publicamente, os aliados já jogaram a toalha. Para Carlos Marun é muito difícil o plenário não acompanhar o voto do relator.

O deputado de Mato Grosso do Sul não economiza críticas ao posicionamento da deputada, cujo voto há dias vinha sendo “cobiçado” tanto pelo grupo de Eduardo Cunha como pelos seus opositores. “A Tia Eron praticamente determinou da prisão de Cunha”, afirmou Carlos Marun. Para ele, fora o Legislativo e sem foro privilegiado, a situação do presidente afastado da Câmara “ficou bastante ruim”.

Sem foro, Eduardo Cunha terá que responder a processo no Paraná, com o juiz da Operação Lava Jato, Sérgio Moro. “A situação dele é difícil tanto com o Moro (juiz Sérgio Moro) como no STF”, diz o parlamentar sul-mato-grossense. Na semana passada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão de Cunha ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Ele diz ainda, que Cunha havia sido alertado várias vezes pelos aliados que, ao conduzir o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara Federal ele sofreria consequências. “Várias vezes alertamos o Cunha que o impeachment da Dilma arrastaria ele junto, mas preferiu correr o risco”, afirmou Marun.

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