Manobra de Lira deixa PSDB sem vaga garantida e afeta deputada de MS
Artifício foi o 1º ato do novo presidente da Câmara e situação é contestada pelo bloco que apoiou Baleia Rossi
Logo em seu primeiro ato como o novo presidente da Câmara dos Deputados, o alagoano Arthur Lira (PP) já começou a mexer peças no tabuleiro em busca de mais poder. Assim que assumiu o cargo, ele fez uma manobra que resultou no desmonte do bloco de apoiadores de seu rival, Baleia Rossi (MDB-SP), e assim mudanças na mesa diretora.
Até ontem (1) no começo da noite, estava praticamente garantida a vaga da segunda secretaria para o PSDB, que assim fez a indicação da sul-mato-grossense Rose Modesto para ocupar o cargo. Como não houve mais nenhum inscrito para concorrer a esse cargo, nada impediria Rose de ser a primeira mulher do Estado na mesa diretora.
Contudo, Lira suspendeu a eleição assim que ele foi eleito e desmanchou o bloco de Rossi, que teria direito além da segunda secretaria, à primeira com o PT e à quarta secretaria, que ficaria com o Rede. Já o bloco de Lira teria a primeira (PL) e segunda (PSD) vice-presidência, além da terceira secretaria, com o PSL.
A manobra de Lira pode garantir praticamente toda mesa diretora para seu bloco, ficando apenas a quarta secretaria para os apoiadores de Rossi - no caso, a vaga seria do PT. A situação está sendo contestada e pode parar no STF (Supremo Tribunal Federal).
Para justificar a anulação do bloco de Rossi, Lira argumentou que o registro poderiam ser feitos até às 12h, mas o bloco rival fez a inscrição petista seis minutos depois. Os novos prazos estabelecidos por ele vencem hoje, indo até às 20h (horário de Brasília) o registro das candidaturas, com sessão marcada para a partir das 10h de quarta.