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Política

Metade da bancada de MS aprova MP da Eletrobras que vai aumentar conta de luz

Apenas Fábio Trad (PSD) votou contra e pediram obstrução os deputados Vander (PT) e Dagoberto (PDT)

Gabriela Couto | 22/06/2021 11:49
Em cima Bia Cavassa (PSDB), Beto Pereira (PSDB); em baixo Loester Trutis (PSL) e Luiz Ovando (PSL) votaram pela privatização da Eletrobras (Foto Montagem)
Em cima Bia Cavassa (PSDB), Beto Pereira (PSDB); em baixo Loester Trutis (PSL) e Luiz Ovando (PSL) votaram pela privatização da Eletrobras (Foto Montagem)

Metade da bancada federal de Mato Grosso do Sul votou a favor da MP (Medida Provisória) da Eletrobras na noite de ontem (21) na Câmara dos Deputados. O texto que segue para a sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vai impactar diretamente no bolso do consumidor nas próximas décadas.

A votação encerrou com 258 votos favoráveis, 136 votos “não” e 53 pela “obstrução”, uma outra forma do parlamentar dizer que além de ser contrário a proposta, se recusa a aceitar a sua tramitação.

Representando o Estado foram favoráveis à privatização os deputados federais Beto Pereira (PSDB), Bia Cavassa (PSDB), Luiz Ovando (PSL) e Loester Trutist (PSL).

"A Eletrobras é uma estatal extremamente deficitária. São mais de R$ 10 bilhões ao ano. A Eletrobras não tem condições de realizar manutenção em suas usinas hidrelétricas e de investir em malhas de linhas de transmissão. Possibilitar sua privatização é atrair investimentos e uma gestão moderna para geração de energia", justificou Beto Pereira.

Nenhum dos outros três responderam a reportagem sobre os motivos que os levaram a aprovar o texto que autoria a União a conceder, pelo prazo de 30 anos, novas outorgas de concessões de geração de energia elétrica sob titularidade ou controle da Eletrobras.

O único a votar não foi o deputado federal Fábio Trad (PSD). Na sua rede social ele destacou os motivos que o levaram ao voto. "A privatização da Eletrobras é um crime de lesa-pátria. Eletrobras é a maior empresa de energia elétrica da América Latina, vital para a soberania brasileira, altamente lucrativa e mesmo assim o governo federal vai entregar de mão beijada a riqueza do povo brasileiro. As digitais dos meus eleitores e eleitoras não serão encontradas nesse negócio cabuloso", destacou.

Votaram pela obstrução do projeto, os deputados federais Vander Loubet (PT) e Dagoberto Nogueira (PDT). Apenas o petista explicou o motivo do voto para a reportagem até o fechamento desta matéria.

"Nós, da bancada do PT, nos posicionamos contra a MP que pretende privatizar a Eletrobras desde o começo, por entender que se trata de um retrocesso. Não se coloca o parque gerador de energia de uma nação nas mãos da iniciativa privada. É uma questão estratégica, envolve a soberania nacional. Além disso, vale destacar que vários especialistas do setor energético estão apontando que a privatização pode causar aumento no custo da energia para os consumidores residenciais e dos setores produtivos. Ou seja, quem vai pagar a conta da privatização somos todos nós", destacou Vander.

Já a deputada federal Rose Modesto (PSDB) se ausentou da votação. Ela perdeu mais um primo para a covid-19 na tarde de ontem.  "Peguei estrada levando minha mãe para o velório. Já são quatro primos e minha vó que se foram pela doença até agora, infelizmente."

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