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Política

“Não tenho nada a temer, não sou criminoso”, diz deputado sobre jogo do bicho

O deputado estadual Neno Razuk foi acordado pelo Gaeco; teve dois celulares e pistola apreendidos

Por Ângela Kempfer e Jackeline Oliveira | 05/12/2023 09:59
Neno Razuk durante coletiva na manhã desta terça-feira.
Neno Razuk durante coletiva na manhã desta terça-feira.

Na manhã desta terça-feira, o deputado estadual Neno Razuk foi acordado por equipes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) como alvo de busca e apreensão durante operação contra o jogo do bicho. Morando no condomínio Damha III, o parlamentar teve uma pistola e dois celulares apreendidos. Há pouco, na Assembleia Legislativa, o parlamentar falou com a imprensa. Ele defendeu o jogo, mas garantiu: “não tenho nada a temer, não sou criminoso”.

Segundo Neno, além da pistola dos celulares, o tablet do filho foi recolhido pelo Gaeco. “Mostrei que só tinha joguinho, mas infelizmente estava no mandado e levaram até o tablet. Também a minha pistola que tenho registro, porte, tenho tudo bonitinho e nada mais de relevante, somente isso mesmo. Não tinha nada, não pegaram um real”, afirmou.

Ele comenta que ficou surpreso com a ação de hoje e foi irônico. “Acordei com essa surpresa feliz, assinada por um juiz de primeira instância, eu não sei qual a causa, qual razão, mas eu confio na Justiça. Tenho certeza da minha inocência e tenho certeza que quando essa investigação tiver o seu desenrolar, vai ser mostrado que eu não tenho nenhum tipo de envolvimento. Não sei nem até agora o teor. Estou esperando meus advogados terem acesso para poder saber o que realmente está acontecendo”.

A denúncia é de que o parlamentar comanda o jogo ilegal. Ele nega envolvimento com esse tipo de negócio em Campo Grande. “Não tenho nenhum cambista, nenhuma banca, não tem nada aqui, eu acho que estão querendo jogar isso nas minhas costas”. Ele rebateu com meias palavras, indicando que sabe como funciona a contravenção na Capital. “Eu não tenho nada com isso nada e realmente não querem procurar quem deveriam procurar.”

O deputado tem base eleitoral na região de Dourados, onde a família é tradicional na política. A mãe já foi prefeita e ele secretário de Planejamento. No segundo mandato como deputado, Neno também é corregedor da Assembleia, responsável por investigar denúncias feitas contra os colegas.

Apesar de negar qualquer participação, ele defende a regulamentação do jogo do bicho no Brasil. “Estamos na iminência de ser legalizado o jogo. O governo vem trabalhando desde o governo Bolsonaro. O governo Lula também tem proposta na Câmara. Tem proposta no Senado... É uma maneira de o Estado arrecadar”.

Dois assessores parlamentares do deputado foram alvos de mandados de prisão: o major aposentado da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), Gilberto Luiz dos Santos, e Diego de Souza Nunes. Neno afirma que não sabe se ambos foram levados para o Garras, grupo que apoia o Gaeco na operação, e também diz desconhecer o motivo. "Não tenho conhecimento de quem foi ou não foi no Garras. Eu sei que eu não fui".

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