Nelsinho nega pressão para trocas em CPI e garante início após feriado
Critérios técnicos de escolha interna no partido vão permanecer na composição do grupo de investigação
A CPI (Comissão Processante de Inquérito) da covid-19 do Senado Federal deve começar os trabalhos após o feriado de quarta-feira (21), Dia de Tiradentes. Apesar do grupo já estar pré-definido pelas bancadas, nos bastidores se fala em pressão ao líder do PSD, senador Nelsinho Trad, para trocar integrantes do grupo.
A escolha dos nomes de Otto Alencar (BA), que por sinal é crítico do governo, e de Omar Aziz (AM) para a CPI, também distante do governo federal, se deu de forma técnica. Alencar é médico e “está em todas as pautas de covid no Senado” e Aziz é do Amazonas, Estado em que a atuação do governo federal é objeto da CPI.
Devido a proximidade de Nelsinho Trad com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) especula-se que ministros teriam pedido a retirada de Omar para colocar no lugar um senador do PSD mais alinhado ao governo.
Trad nega ter sofrido a pressão. “Não estou sendo pressionado e não existe isso de trocar os membros indicados da CPI”, afirmou. Em entrevista a um canal de televisão, o senador disse que espera uma comissão por parlamentares "moderados" e "sensatos". Para o senador, não é hora de fazer da CPI um "palanque eleitoral".
Com a segunda maior bancada do Senado Federal, o PSD tem 11 senadores. Fica atrás do MDB, que tem 15 parlamentares. Trad fez questão de destacar que o governo federal deve estar atento a eventuais prejuízos políticos que podem ser causados pela investigação. “Toda CPI você sabe como começa, mas nunca sabe como ela anda e principalmente [não sabe] como ela vai acabar."