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Política

Olarte e esposa são presos, negam crime e se dizem perseguidos

Casal é acusado de lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica

Mayara Bueno e Julia Kayfanny | 15/08/2016 10:46
Gilmar Olarte, ex-prefeito de Campo Grande, sendo preso pelo Gaeco. (Foto: Fernando Antunes)
Gilmar Olarte, ex-prefeito de Campo Grande, sendo preso pelo Gaeco. (Foto: Fernando Antunes)
Andréia Olarte sendo presa. Afirmou que a detenção é perseguição política. (Foto: Fernando Antunes)
Andréia Olarte sendo presa. Afirmou que a detenção é perseguição política. (Foto: Fernando Antunes)

Gilmar Antunes Olarte (PROS), ex-vice-prefeito de Campo Grande, e sua esposa, Andréia Zanelato Olarte, foram presos há pouco. Nesta segunda-feira (15), o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) cumpre quatro mandados de prisão temporária e seis de busca e apreensão, por meio da Operação Pecúnia. Na ocasião, não foi informado onde os dois serão levados.

Esta é a segunda vez que Olarte é preso em menos de um ano. Em 2015, a detenção ocorreu em desdobramento da Operação Coffee Break, que apurou suspeita de fraude na cassação do prefeito Alcides Bernal (PP), em março de 2014.

Ao deixar sua residência, Gilmar Olarte negou que as acusações contra ele tenham “procedência” e disse que a ação trata-se de “perseguição política”, mas não citou por quem estaria sendo perseguido e qual motivo. O mesmo disse sua esposa, lembrando que, justamente hoje, pela manhã, iria registrar sua candidatura a vereadora.

As prisões e os mandados fazem parte da Operação Pecúnia e foram pedidas por meio da investigação que apura prática de crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica. A ação seria desdobramento da Operação Adna contra Olarte, cuja investigação atribui a ele o crime de corrupção passiva. Adna é a sigla da igreja Assembleia de Deus Nova Aliança, que, em Campo Grande, foi fundada pelo ex-prefeito.

Jail Azambuja, advogado de Olarte, afirmou que entrará com recurso, ainda hoje, para tentar reverter a prisão dos dois, que é temporária, ou seja, tem duração de cinco dias, podendo ser prorrogado por igual período.

Para o advogado, as detenções não se justificam, pois ambos já tinham conhecimento da investigação e estavam a disposição para esclarecimentos. Também afirmou que todas as acusações são falsas, dizendo que os bens dos dois são declarados.

Ação - Ainda de acordo com o Ministério Público, as investigações começaram com a quebra de sigilo bancário de Andréia Olarte e de sua empresa, além de informações de que, entre 2014 e 2015, enquanto Gilmar era prefeito, a esposa adquiriu vários imóveis em Campo Grande, alguns em nome de terceiros.

Os pagamentos teriam sido feitos em “elevadas quantias”, fazendo-o, ora em dinheiro vivo, ora por transferências bancárias e depósitos, os quais, “a princípio, são incompatíveis com a renda do casal”.

Segundo a investigação, Andreia e Gilmar contaram com a ajuda de Ivamil Rodrigues, corretor de imóveis e que seria braço direito do casal nas aquisições “fraudulentas”. Evandro Farinelli seria a pessoa que cedia o nome para que as compras fossem feitas em nome de Andréia Olarte.

*editada às 17h45 para correção de informação: as prisões são temporárias, não preventivas, como estava anteriormente.

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