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Política

PF foi a prédio de luxo em ação contra desvios de “banco fantasma”

Conforme investigação, valor teria sido usado “indevidamente para a aquisição de bens privados e pagamentos de despesas particulares”

Aline dos Santos | 28/09/2018 14:40
Equipe da Polícia Federal em frente a prédio na Rua da Paz, Jardim dos Estados. (Foto: Henrique Kawaminami)
Equipe da Polícia Federal em frente a prédio na Rua da Paz, Jardim dos Estados. (Foto: Henrique Kawaminami)

A ação contra desvio de dinheiro do Banco Cidadão, antigo Banco do Povo também cumpriu mandado de busca no Jardim dos Estados, bairro nobre de Campo Grande. Equipes da PF (Polícia Federal), que deram apoio à ação da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, deixaram o edifício Michelangelo, na Rua da Paz, por volta das 11h20.

A ação, realizada nesta sexta-feira (dia 28), cumpriu quatro mandados de busca e apreensão e um mandado de sequestro de veículo. Um dos alvos foi a casa de Wilton Acosta, ex-diretor-presidente da Funtrab (Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul) candidato a deputado federal pelo PRB. A PF não foi informou de quem é o endereço no Jardim dos Estados.

De acordo com o advogado Luiz Carlos de Oliveira Bueno, nada foi levado da residência, no Parque dos Poderes. Ele conta que foi chamado hoje e não acompanhava o caso, sabendo somente que Acosta já prestou esclarecimentos à promotoria.

Conforme a investigação, entre segundo semestre de 2016 e primeiro semestre de 2017, o dinheiro teria sido usado “indevidamente para a aquisição de bens privados e pagamentos de despesas particulares de ex-dirigentes e membros do conselho deliberativo da Funtrab ”. Neste período, a agência estadual de emprego era dirigida por Acosta.

No mês de agosto, o Campo Grande News mostrou que o banco, instituição criada para emprestar dinheiro a juros baixos, não tinha recursos desde o fim de 2017. A Funtrab também guardava um emaranhado de relações familiares e com o PRB, partido do pastor Wilton Acosta, que saiu do comando do órgão público em abril para disputar as eleições.

Contradições - Em tese, o banco funcionaria na Funtrab, localizada na rua 13 de Maio. Lá, após muito informação desencontrada, a reportagem encontrou uma mesa e uma funcionária. Outra informação repassada era de que o banco estava na rua 15 de Novembro, na sede da MIQ Cred Quali, que mantém uma estranha simetria com o serviço de microcrédito até então ofertado pelo banco público.

A direção informou que a Cred Quali é uma Oscip (organização da sociedade civil de interesse público), mas sem relação com o Banco Cidadão. Já o coordenador do banco em agosto disse ao Campo Grande News que Credi Quali era parceira no projeto e poderia informar a movimentação financeira e o total da inadimplência. Inclusive, indicou o endereço na 15 de Novembro.

Após a demissão de familiares e apadrinhados de Acosta, a Funtrab trocou o comando, que informou que faria auditoria. A linha de crédito, quando funcionava, ofertava empréstimos de R$ 1 mil a R$ 10 mil.

Prédio de luxo também foi "visitado" nesta sexta-feira.
Prédio de luxo também foi "visitado" nesta sexta-feira.
Casa de Wilton Acosta foi alvo de mandado de busca. (Foto: Helio de Freitas)
Casa de Wilton Acosta foi alvo de mandado de busca. (Foto: Helio de Freitas)
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