Reinaldo vê governo aprovado pela população e destaca novos projetos
Governador avalia que votação no primeiro turno mostra apoio da maioria da população à sua gestão, cita compromissos e apoio a Bolsonaro e admite redução da máquina
Reinaldo Azambuja Silva, 55, inicia a reta final da campanha na qual mira a reeleição ao governo de Mato Grosso do Sul vendo positivamente a prorrogação da disputa para um segundo turno –depois de uma disputa contra cinco candidatos que se pautaram, segundo ele, por críticas à sua gestão. Para ele, os 44% dos votos atingidos são o reconhecimento de que fez uma boa gestão. E que, agora, atrairá lideranças até mesmo de partidos já perfilados com o adversário Odilon de Oliveira (PDT), caso do MDB.
O candidato à reeleição afirma que a meta, neste momento, é atrair eleitores. “Voto não tem uma marca”, sentencia, citando a vinda de novos apoiadores e a meta de levar sua mensagem aos 320 mil eleitores que, no primeiro turno, não optaram por ele ou Odilon. Reinaldo ainda cita resultados do primeiro turno, apontando vitória em 66 dos 79 municípios e a expectativa com a chegada de prefeitos dos demais para reforçar seu projeto.
Outro ponto por ele citado é o apoio, explicitado ainda no primeiro turno, ao presidenciável Jair Bolsonaro, do PSL –partido que integrou a aliança proporcional em sua chapa–, que viu também o candidato pedetista no Estado acenar com aprovação. Reinaldo, porém, lembra ter feito atos desde a primeira etapa da campanha apontando apoio a Bolsonaro, assim como a Geraldo Alckmin, e salientou a convivência que teve com o presidenciável na Câmara Federal, que rendeu inclusive mensagem de vídeo agradecendo o suporte do tucano e o parabenizando.
No campo das proposições, Reinaldo também sinaliza mudanças na gestão –admitindo uma reforma administrativa a fim de conter gastos, também na esteira do que propõe Bolsonaro para o país– e projetos de inovação e tecnologia, que possam reduzir gastos da máquina e otimizar serviços prestados. Entre eles, redes de fibra ótica em todos os municípios por meio de parceria público-privada. A ampliação do projeto de escolas de tempo integral e o cumprimento de acordo com trabalhadores da Educação, tanto em relação aos salários dos professores quanto aos administrativos, também foram citados em entrevista ao Campo Grande News.
Ao mesmo tempo, o candidato a governador também destaca resultados colhidos em sua gestão, enfatizando investimentos na saúde –garantindo a continuidade da Caravana da Saúde, caso seja vencedor da disputa, até que não haja mais pacientes na “fila da vergonha” das cirurgias eletivas, e a conclusão de hospitais– e na economia, conseguindo atravessar um período turbulento da economia nacional, com uma crise mais profunda que a de 1929, sem atrasos de salários e mantendo obras, investimentos e políticas públicas.
Por fim, Reinaldo também responde a acusações de adversários, apontando não temer denúncias e investigações feitas até aqui –destacando pedido de arquivamento de apuração do MPF (Ministério Público Federal) e prevendo destino igual às denúncias envolvendo o Grupo JBS.
Antes de detalhar seu projeto para os próximos quatro anos, quero falar sobre a questão política no segundo turno. Sua candidatura não conseguiu aliados extras importantes, como o MDB do ex-governador André Puccinelli. Por que a dificuldade em atrair adversários derrotados, também como o PT e o Psol?
O que buscamos é atrair eleitores. Voto não tem uma marca. Partido não manda no voto e as alianças políticas também não definem para que lado o eleitor vai tomar um posicionamento. Se você analisar o MDB, tem muitas lideranças aderindo à nossa campanha. A maioria dos prefeitos que não estavam conosco no primeiro turno estão vindo agora pelo relacionamento, pelo trabalho, af roam com que governamos com os 79 municípios. Lideranças que a sigla anunciou no apoio ao Odilon, o que é até estranho porque ele mesmo criticava o MDB, dizia até palavras de baixo calão contra o MDB e agora se alia. Mas, independentemente disso, o que estamos buscando? Tem 320 mil eleitores que não optaram nem pelo Reinaldo e nem pelo Odilon. São esses eleitores com quem estamos conversando, mostrando nosso programa de governo, que é possível ter parte desses eleitores simpáticos à causa que nos leva à reeleição. Mostrando que foi um governo responsável. Estamos muito tranquilos nessa questão. O eleitor não tem um carimbo, o partido não é detentor da maioria dos votos. Olhe em nível nacional o PSL, um pequeno partido que esteve coligado conosco e veja a quantidade de votos do presidenciável Jair Bolsonaro. Isso mostra que as pessoas estão descoladas dos partidos. O que a gente precisa realmente do partido é a base parlamentar, formar maioria na Assembleia, na Câmara dos Deputados, para poder aprovar bons projetos e fazer as mudanças estruturantes que o Brasil precisa e aí a composição de governo. Mas tenho certeza que o eleitor está muito descolado dessa questão partidária.
O candidato liderou as pesquisas eleitorias e chegou ao dia 7 confiante na vitória no primeiro turno. Na campanha, seu opositor tem atacado muito sua reeleição. Considera que essa ação foi fundamental para frustrar os planos de eleição no primeiro turno?
Sempre soubemos que teríamos uma eleição disputada. São seis candidatos. Se você olhar o crescimento que houve no final do primeiro turno, principalmente do MDB do Junior Mochi, que saiu de 5%, 6%, o percentual que tinha, teve quase 12% dos votos; e o Humberto Amaducci (PT), que saiu de 4%, 5% e teve quase 11% dos votos. Teve crescimento dessas duas candidaturas. A nossa e do nosso adversário permaneceu praticamente nos níveis indicados nas pesquisas eleitorais, o que nos dá tranquilidade de reconher. A vitória no primeiro turno, mesmo passando por tudo, denuncismo, nos debates eram cinco candidatos contra um, todo mundo batendo no governo, criticando, o governo, e mesmo assim ter 45% dos votos significa que o governo teve conceito e apoio da população em todos os níveis. Ganhamos em 66 municípios, tivemos uma vitória de quase 170 votos em relação ao segundo colocado. Isso é aprovação de um trabalho, um governo com responsabilidade que não deixou Mato Grosso do Sul sucumbir à crise, que foi enorme. Conseguimos superar a crise com muito trabalho. Fizemos um governo de enxugamento, que diminuiu secretarias, cargos de confiança. Criamos um teto de gastos, hoje os Poderes são regidos por um teto de gastos em Mato Grosso do Sul. E enfrentamos uma pauta que só três Estados brasileiros enfrentaram: a pauta da Previdência. Ninguém teve a coragem de tomar isso, e nós tivemos, não pensando nesse governo. Foi olhando para daqui a 20 anos, para não ter problema previdenciário com aposentados e pensionistas no Estado. Então acho que a resposta das urnas por tudo o que passamos, os ataques, essa criminalização da atividade política, e chegar ao primeiro turno com seis candidaturas e ter 45% dos votos com tudo o que passou é uma vitória. E agora é convencer o eleitor que não votou em nós que temos a melhor proposta para o segundo turno, para no dia 28 nos sagrarmos vencedores deste pleito.
Pagamos um valor altíssimo de tributos, a carga tributária no Brasil é brutal e Brasília fica com quase tudo. De cada R$ 100 de tributos que todos nós pagamos, R$ 68 fica em Brasília e R$ 32 voltam para os Estados e municípios. É muito pouco
Em vídeo o candidato recebeu um desejo de “boa sorte” do presidenciável Jair Bolsonaro. O sr. buscou o apoio de olho em uma parceria federal que não teve com a Dilma Rousseff ou o Michel Temer ou por defender pautas iguais às do candidato do PSL?
Primeiro, vamos voltar ao dia da convenção. Falamos na convenção que tínhamos dois candidatos na nossa coligação: Geraldo Alckmin, do PSDB, e Jair Bolsonaro, do PSL. O PSL fez parte da coligação do PSDB desde o primeiro momento, então, novidade nenhuma que no segundo turno haja apoio total à candidatura do Bolsonaro. Segundo, a relação de amizade. O que ele fala no vídeo é verdade: foram quatro anos em que nos sentávamos juntos, conversávamos, trocamos ideias. Acredito muito nas propostas que ele está fazendo, de diminuir o tamanho da máquina pública federal. Isso é importante para o país. Brasília está muito cara para nós. Pagamos um valor altíssimo de tributos, a carga tributária no Brasil é brutal e Brasília fica com quase tudo. De cada R$ 100 de tributos que todos nós pagamos, R$ 68 fica em Brasília e R$ 32 voltam para os Estados e municípios. É muito pouco. O que o Jair Bolsonaro está propondo é diminuir ministérios, acabar com empresas estatais deficitárias e com cabides de emprego. Imagine, temos uma empresa estatal do trem-bala. Não existe trem-bala no Brasil, era um estudo maluco de fazer um trem bala Rio de Janeiro-Campinas-São Paulo. Não tem trem-bala, mas tem R$ 1 bilhão de orçamento e um cabide de empregos enorme e uma empresa estatal que não precisava estar funcionando. Quer trazer o trem-bala? Monta uma estrutura no Ministério do Desenvolvimento, de Infraestrutura, e faz o trem-bala. Isso precisa mudar. Se não fizemos uma reforma tributária... uma reforma política decente. O Brasil com 32 partidos, não temos 32 ideologias. Acho que isso tudo é pauta para o próximo Presidente da República, e comundo com muitas ideias dele. Para a fronteira: nos debates, vi dois candidatos criticarem o Departamento de Operações de Fronteira. O Jair Bolsonaro me ligou no início do ano, pedindo autorização para visitar o DOF. Imediatamente nós franqueamos autorização e colocamos à disposição dele o que é o DOF, a inteligência, como funciona e porquê dá certo. É quem mais apreende drogas no Brasil em Mato Grosso do Sul. E agora, recentemente, não sei se acompanharam, ele gravou um vídeo dizendo que quer implementar nas fronteiras do Brasil algo muito parecido com o trabalho do DOF. Ele elogiou o DOF. É o reconhecimento de uma polícia que faz um bom trabalho e quer levar isso como modelo. O que precisamos é só a parceria, que eu tentei com a Dilma, com o Temer. Fui duas vezes lá para reuniões e nada aconteceu nas fronteiras. Se tivermos uma parceria do governo do Estado, da inteligência federal com a estadual, fazemos a blindagem das fronteiras, colocamos mais policiais, mais efetivo. É o que queremos do governo federal: integração. Quando integrar Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Exército e Força Nacional de Segurança com nossas forças de fronteira, vamos melhorar muito o desempenho da segurança na região e diminuir ainda mais a criminalidade. Isso é uma parceria. Essa é a relação e por isso ele gravou o vídeo, primeiro agradecendo, depois desejando sorte. Mostra que temos uma sintonia desde o primeiro turno e a gente vai agradecer no segundo turno para a vitória e consolidar essa parceria em favor do Mato Grosso do Sul, da população.
Na educação, o sr. afirma que assumiu o compromisso de até 2021 os professores com carga de 20 horas semanais receber o salário por 40 horas?
Não é 2021, é 2019. Votamos uma lei na Assembleia Legislativa. O governo anterior propôs salário de 40 horas para quem dava 20 horas/aula para finalizar agora em 2018. Quando entrou o governo eu disse ao pessoal da Fetems, da Educação, que era impossível cumprir até 2018, porque o governo anterior aprovou a lei em 2013 e pôs a vigência a partir de 2015. 2015, 2016, 2017 e 2018, era muito difícil cumprir. Repactuamos, fizemos uma lei e agora, até 2019, o professor de Mato Grosso do Sul, que já recebe o maior salário do país, terá salário de 40 horas para dar 20 horas. Isso é bom, porque remunera o magistério. E vamos cumprir o acordo com os administrativos. Temos dois compromissos ali: primeiro, a incorporação do abono e, depois, o plano de cargos e carreiras de todos os administrativos. Temos o compromisso do concurso público, publicamos agora 1.000 vagas para professor e 500 para administrativos, para fortalecer com servidor efetivo os quadros da educação. Diferente do que alguns candidatos que não têm conhecimento dizem, “ah, proponho escola de tempo integral”, nós já fizemos. Temos 54 escolas de tempo integral. E montar uma escola assim não é um toque de mágica. Primeiro, tem de conversar com a comunidade escolar, porque muda a rotina da escola. Será que o professor quer? O administrativo, quer? Será que os pais dos alunos querem? Não fazemos nada obrigado. Isso se faz dialogando. Nossa proposta é ampliar as escolas de tempo integral para cidades onde a comunidade escolar está de acordo. Criamos um programa que se chama Família na Escola, que tem dado muito certo ao trazer famílias para dentro da escola para discutirmos políticas educacionais, relacionamento, filhos, pais, com os profissionais da educação. São avanços importantes no Mato Grosso do Sul.
Há um plano para ampliação destas escolas?
Está no plano de governo, é uma prioridade para todas as cidades. Hoje temos várias. A ampliação é o que digo com a comunidade escolar querendo a implantação, porque mudar a rotina das escolas, que pasa de dois períodos para período único, integral. O aluno fica por tempo maior dentro da escola, e não é só ensinamento, pedagógico. Tem esporte, cultura, lazer, entretenimento, atividade curricular diferenciada. Por que dá certo? As melhores notas do Ideb de Mato Grosso do Sul são de escolas de tempo integral. Além de dar conforto, tranquilidade a pais e familiares de nossos jovens e adolescentes, cria estrutura educacional com aprendizado com mais qualidade. Vamos levar para todas as regiões e cidades que queiram. Porque a comunidade escolar tem de querer também. O governo não vai obrigar nenhuma escola a ser de tempo integral, mas já implantamos 54 dialogando com a comunidade escolar, pais e mães. Teve alguns lugares nos quais havia resistência de seguemtnos e, hoje, esses mesmos segmentos aplaudem o modelo de escola de tempo integral. Tudo aquilo que você muda a rotina tem pessoas contrárias. Por isso o diálogo com a comunidade escolar e nosso objetivo é ampliar ao máximo o número de escolas integrais na rede estadual.
Acho que ainda tem espaço para diminuição do tamanho do Estado. Dá para fazer a fusão e melhorar o perfil administrativo de alguns segmentos. Temos estudo. Isso é bom porque, quando gasta menos com o governo, gasta-se mais com as pessoas, com programas
O sr. planeja aplicar uma reforma administrativa ou manter o primeiro escalão, com dez secretarias, considerando que os gastos com pessoal foram de R$ 9,2 bilhões em 2017?
Acho que ainda tem espaço para diminuição do tamanho do Estado. Dá para fazer a fusão e melhorar o perfil administrativo de alguns segmentos. Temos estudo. Isso é bom porque, quando gasta menos com o governo, gasta-se mais com as pessoas, com programas. Falamos agora da educação, da segurança pública, há avanços na regionalização da saúde, a Caravana da Saúde, reestruturação hospitalar, abertura de 947 leitos. Se houver um próximo governo, vamos finalizar todas as estregas. É muito importante para todos esse desenvolvimento, principalmente de redução de custos. Estamos fazendo um trabalho chamado Profisco 2, dinheiro do Banco Mundial, para melhorar o perfil das compras governamentais, para comprar melhor, fazer um perfil melhor de compra, gerenciar melhor a folha de pagamento. Tem espaço para encolher. O que temos de usar? Os funcionários efetivos, tecnologia e inovação. Hoje há muita tecnologia e inovação que substitui, muitas vezes, a mão de obra, melhrando e qualificando o perfil. A Junta Comercial de Mato Grosso do Sul é um exemplo, modernizou enormemente a abertura e fechamento de empresas. Os Bombeiros têm o licenciamento online conforme o tamanho do empreendimento. Antes, tinha de ir ao Bombeiro, montar o projeto, entregar, protocolar. Agora faz tudo por vias digitais. Vamos ampliar isso. Por isso, estamos criando um programa que vai ser um sucesso, está na nossa plataforma de propostas, que é o MS Digital. Vamos levar fibra ótica para os 79 municípios, dando qualidade na internet, com pontos de internet gratuita nos municípios menores, praças, em todos os órgãos públicos estaduais e municipais, e ainda franquear à iniciativa privada. Porque a qualidade das redes é um problema no Brasil todo. Temos um dos serviços de internet mais caros do mundo e um dos piores em qualidade.
Problemático em cidades turísticas.
É um exemplo, você vai à cidade turística e não consegue acessar a internet. Vamos colocar fibra ótica nos 79 municípios por meio de PPP (parceria público-privada). Vai ser inovador, um dos bons projetos que temos em Mato Grosso do Sul que é proposta para o segundo mandato e que não tenho dúvidas que será um sucesso.
Sua coligação elegeu 16 deputados estaduais, contra dois de seu adversário. Isso é uma vantagem no segundo turno ou é importante para garantir a governabilidade no ano que vem?
Governabilidade é fundamental, ter base de apoio, maioria de apoio legislativa, para implementar projetos. Acabei de falar que pretendo encolher a estrutura do Estado. Depende só do governo? Não. Quem aprova isso é a Assembleia Legislativa. Fazer essas mudanças estruturantes, encaminhar PPP como essa, depende da Assembleia, que é quem aprova leis, dá autorização e fiscaliza. Fazer 16 deputados é importante. Mas nunca tivemos problemas nesses três anos e dez meses. Convivemos, aprovamos matérias impopulares até, mexemos em vespeiros como a reforma da Previdência. E a Assembleia Legislativa nunca se negou a aprovar o que é importante para Mato Grosso do Sul. Agora, eleger maioria é importante. Em nível federal também. Jair Bolsonaro eleito presidente precisará de ampla maioria legislativa para mudar a Constituição. Na Câmara Federal, para isso, precisa de 308 votos. É batante. Tem de ter maioria e preciasrá fazer mudanças constitucionais para encaixar o plano de governo que está defendendo para o povo brasileiro. É muito importante elegermos ampla maioria e levaremos essa ampla maioria a apoiar o futuro presidente, e eu espero que seja o Bolsonaro, para fazer as reformas estruturantes que o Brasil precisa. O Brasil está caro para nossa gente e precisa dessas reformas. E precisamos de rapidez, começar o governo em janeiro e implementar essas reformas de Estado, por um Estado mínimo. Não queremos um Estado gigante, que corrói riquezas produzidas por todos nós. Brasília está consumindo riquezas de todos nós brasileiros, diminuindo isso, vamos melhorar o perfil. Melhorando o perfil, vai sobrar mais para fazer o que é necessário. O governo federal tem de ajudar os Estados e municípios. Sozinho não dá, não vem recurso. Quem fica com mais, o governo federal, tem de mandar mais. Hoje a equação está inversa. O Estado investe mais recurso próprio que os recursos das transferências e políticas públicas aqui.
Vou dar um número que é estarrecedor: investimos R$ 5,5 bilhões em três anos e dez meses em obras estruturantes. O que veio do governo federal nesses R$ 5,5 bilhões? R$ 150 milhões. Muito pouco
Voltando ao Estado, há um esboço do que quer encolher na máquina pública?
Há um estudo delimitando, que estamos realizando, fazendo fusão. Acho que dá para fazer melhorias nas próprias estruturas existentes. Fusão de uma secretaria com outra, diminuir a quantidade de cargos em comissão, melhorar o perfil da prestação de serviço. Tínhamos a Secretaria de Habitação, a Secretaria de Obras e Infraestrutura. Hoje tem uma só que cuida da habitração, das obras, das pontes, estradas, do desenvolvimento na área de infrestrutura, do saneamento. A Sanesul veio para dentro e avançou, dobramos a coleta e tratamento de esgoto em três anos e dez meses, universalizamos a distribuição de água com uma boa gestão. A MS Gás ficou dentro da estrutura da infraestrutura e prospectou crescimentos. Era uma estatal que nunca deu lucro e no nosso governo rendeu mais de R$ 50 milhões para Mato Grosso do Sul, ainda tem dinheiro em caixa e ampliando ramais de gasoduto para atender cidades com a oferta de gás natural, uma energia limpa. Teve uma boa gestão, uma boa equipe. É isso que queremos nas empresas estatais do país, que não sejam deficitárias, possam gerar dividendos para o povo brasileiro.
O sr. destacou que superou o momento de crise no primeiro mandato. Nos próximos anos, com um cenário econômico mais favorável, pode haver redução de impostos que antes tiveram reajustes por conta da crise?
Aqui, no primeiro ano, em 2015, fizemos um ajuste de alíquotas, aumentamos a do cigarro e das bebidas, que são produtos supérfluos, e fizemos atualização diminuindo o desconto do IPVA, que a redução era de 50%. A alíquota no Estado era de 5% na lei que instituiu o IPVA. O governo anterior cobrava 2,5%. Reduzimos a base de cálculo e o desconto e aumentou para 3,5%. Mas Mato Grosso do Sul, ainda hoje tem a menor alíquota do Brasil, difernete da maioria dos outros Estados. Foi necessário por isso que você falou, a crise. Administramos o Estado no pior momento, começamos em juaneiro de 2015 com 17% de aumento na folha de pagamento. Lembra do “pacote de bondades” que o governo anterior deixou? Aprovou todos os planos de cargos e carreiras em 2013. A lei da educação foi aprovada em 2013. Por que não implementou em 2014, quando era governador? Não, deixou para implementar em dezembro de 2014. Quem pagou a conta? Janeiro de 2015. Ficou extremamente difícil. Prepararam ali uma armadilha para tentar inviabilizar o governo, mas não tivemos nenhuma dúvida em tomar medidas impopulares. Quando olho para a maioria dos Estados brasileiros, o que vemos: 20 Estados que não dão conta de pagar a folha de pagamento, literalmente quebrados, políticas públicas nem pensar. E aqui a folha está em dia, os salários OK, pagando fornecedores e fazendo investimentos nas áreas. Somos considerados o Estado que mais investiu em saneamento, habitação e infraestrutura. Fuii prefeito oito anos em Maracaju e nunca vi um governo presente nas cidades como vejo hoje. Obras que são de cunho do prefeito, recapeamento de vias públicas, fazendo ponte de concreto em estrada municipal, revitalizando e recuperando estradas municipais, drenagem de águas pluviais. Olhe Campo Grande: (avenida) Ernesto Geisel, Nova Lima, Via Parque do Mato Grosso, Assaf Trad com recapeamento, daqui a alguns dias a (avenida) Bandeirantes. Recapeamento de várias vias, melhorias em parceria com a prefeitura. O Reviva Centro, com contrapartida de apoio do governo. Na habitação, Campo Grande ficou parada em projetos de habitação municipais. Fizemos parceria com Emha e 1.800 casas estão sendo construídas. Resgatamos a capacidade de investir do Estado mesmo na crise. Vou dar um número que é estarrecedor: investimos R$ 5,5 bilhões em três anos e dez meses em obras estruturantes. O que veio do governo federal nesses R$ 5,5 bilhões? R$ 150 milhões. Muito pouco. Por isso que estava falando da importância do governo federal ser mais econômico. Meu adversário que só critica e não vê nada de bom em Mato Grosso do Sul, nunca fi fazer uma proposta positiva, nada está bom, tudo está ruim e o Estado não está bem. Segundo: geração de empregos do país, onde mais cresceu a renda e recebeu mais investimentos privados. São 1.200 obras. Ele quer falar muito de corrupção, são 1.200 obras realizadas no governo, nenhuma com suspeita de superfaturamento ou corrupção, zero, aprovado, bem conceituado. Isso mostra um governo que atuou, que foi presente, soube construir políticas públicas mesmo enfrentando o pior do Brasil, que foi a crise. A crise chegou para quem nos assiste, a dona de casa, o trabalhador, a juventude, para todo mundo. Para o empresário, amigos meus fecharam negócios próprios, reduziu de tamanho. Até porque foi a pior crise da história do Brasil. A crise de 1929 foi menor que a que passamos em 2015 e 2016. Acho que o grande legado foi não ter deixado o Estado quebrar. Tomamos atitudes impopulares, mas posso dizer que Mato Grosso do Sul é um dos bons Estados para se viver no Brasil.
Vou continuar com a Caravana da Saúde. Tiramos 67 mil pessoas da fila da vergonha, porque quando começou o governo, em janeiro de 2015, havia 70 mil pessoas na fila esperando cirurgia.
Abrimos espaço agora para o sr. se despedir.
Acho que vamos falar um pouco de saúde. Regionalização, o Hospital de Coxim funcionando com tomografia e hemodiálise; de Ponta Porã com ITU, tomógrafo, ressonância e cirurgia eletiva; Nova Andradina com dez leitos de UTI; o Hospital de Câncer concluímos com o mais moderno acelerador linear entregue, fazendo radioterapia depois de estar parado há 14 anos; o Hospital do Trauma ficou 21 anos aquela obra que iniciou e não acabava, terminamos, entregamos equipamento e está funcionando. Agora há o anexo do Hospital Regional, o Centro de Reabilitação; na Santa Casa de Corumbá foram R$ 11,2 milhões; o Hospital Marechal Rondon, em Jardim, com R$ 4,6 milhões na conta da Santa Casa para reestruturação; em Aquidauana, 17 máquinas de hemodiálise e dez leitos de UTI. Dobramos os leitos de UTI em três anos e dez meses com a regionalização. O adversário disse que vai acabar com a Caravana da Saúde. Quero dizer aos internautas que nos assistem que, se for governador, vou continuar com a Caravana da Saúde. Tiramos 67 mil pessoas da fila da vergonha, porque quando começou o governo, em janeiro de 2015, havia 70 mil pessoas na fila esperando cirurgia. E não fiz para nós, foi para pessoas sofridas do Estado. Enquanto tiver uma pessoa na fila, o programa Caravana da Saúde vai continuar no nosso governo. Agora, não deu para fazer tudo. Se concluir o Hospital de Três Lagoas, que não é pedra fundamental, é obra quase pronta; o Hospital de Dourados concluído; o São Luiz que locamos em Dourados, vamos ter 947 novos leitos hospitalares com og overno assumindo essa posição. Fico feliz pelo trabalho, porque política não tem milagre, não tem salvador da pátria. Tem um candidato que se coloca como salvador da pátria, sem projeto, sem conhecer o Estado, que só sabe criticar a falar mal. Temos de fazer a política do bem, com responsabilidade, com transparência, com decência, fazendo o Estado crescer, enfrentando intolerância, críticas e nunca deixando de responder. Fui acusado de algumas coisas, estão falando que dia 17 vai ter julgamento. Não é mais dia 17, mudou para o dia 29, e sabe qual o parecer do MPF (Ministério Público Federal) naquele caso do curtume, que saiu em uma matéria do Fantástico? Pelo arquivfamento do processo, escrito pelo procurador da República, por total falta de provas que possam incriminar o governador Reinaldo Azambuja. É o que vai para o STJ (Superior Tribunal de Justiça) julgar. Isso não falam porque não convém a eles. E assim vai ser com o outro da JBS, vai ser arquivado, porque não devemos nada e fizemos esse pessoal pagar tributos para Mato Grosso do Sul porque eram mal acostumados.
Confira abaixo a íntegra da entrevista: