Secretário de MS diz que Ministério quer "escamotear" falta de ações na Saúde
O secretário de Saúde criticou durante live na manhã deste domingo, para atualização da covid-19, as declarações do empresário Carlos Wizard, indicado para a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde.
Fundador da rede de escolas de inglês Wizard, ele acusou os secretários de Saúde brasileiros de manipularem dados sobre óbitos decorrentes do coronavírus em busca de mais “orçamento”. Também defendeu a revisão dos dados divulgados, por distorção dos números.
Na avaliação de Geraldo Resende, além de revelar profunda ignorância sobre o tema, ele tenta "escamotear" o que é principal hoje, a falta de um norte do Governo Federal para enfrentar a doença. “O cidadão nada conhece de saúde pública e talvez já entre errando no Ministério da Saúde”, reclamou.
Na avaliação dele, desde o inicio da pandemia, o governo de Mato Grosso do Sul tem agido com transparência total em relação à covid-19. “Não podemos criar cortina de fumaça para discutir aquilo que tem sido falha do Ministério da Saúde, que não tem uma política única no enfrentamento da covid-19”, critica Geraldo.
"Já houve aqui, no período da Ditadura Militar, episódio que foram escondidos os números de epidemia de meningite...depois foi necessário vacinação em massa", lembrou Geraldo, reforçando relato feito ontem pelo ex-ministro Henrique Mandetta.
O secretário apoiou a nota do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), divulgada ontem (6). No documento, a entidade “repudia com veemência e indignação” o que considera “levianas afirmações do Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Wizard”
O Conass garante ainda que o empresário “ofende secretários, médicos e todos os profissionais da saúde que têm se dedicado incansavelmente a salvar vidas” e diz que “a tentativa autoritária, insensível, desumana e antiética de dar invisibilidade aos mortos pela Covid-19, não prosperará”.