'Sequer conheço o lugar', diz vereador citado em suposta 'troca de favores'
Delei Pinheiro nega acusações que o implicam indiretamente em suposta compra de votos no Parque Iguatemi
Citado por grupo que tentava ocupar um terreno no Parque Iguatemi - nas redondezas do Nova Lima, região norte de Campo Grande - em suposta troca de favores que configuraria compra de votos nas eleições de 2020, o vereador Delei Pinheiro (PSD) se defendeu dizendo que sequer conhece o local onde ocorreu a situação.
O caso veio à público no sábado (6), quando um fiscal da Amhasf (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) foi até o terreno, de propriedade da prefeitura e destinado para projetos de moradia, negociar a saída dos moradores dali. Ele foi acompanhado de uma equipe da Guarda Municipal.
Vários integrantes do grupo, que envolve ao menos nove famílias, destacou que iniciaram a invasão do local pouco antes das eleições de novembro do ano passado após um suposto acordo com um servidor da agência de habitação, chamado Rogério.
O acordo segundo os denunciantes se resumia a apoiar Delei e, caso ele se elegesse, a área seria de alguma forma concedida ao grupo. Contudo, eles relataram que nada do que foi acordado ilegalmente foi cumprido e agora Rogério tentava retirá-los do local. Em nenhum momento houve citação de contato com o vereador.
"Não conheço, não estive lá. Nesse fim de semana eu não estava em Campo Grande então nem sei direito o que acontece. Mas eu não conheço o local e não passava nem pela minha cabeça que aquele espaço eram lotes da prefeitura", explica Delei.
Delei ainda diz que conhece Rogério apenas do tempo que trabalharam na agência de habitação, mas não possui nenhuma relação com ele, e que estranha tal acusação, já que a função dos fiscais é justamente o contrário do afirmado pelos invasores.
"A pessoa tem pretensões de alguma coisa nesse sentido [invasão de área] e diz que fulano falou que se beltrano ganhasse. Isso tudo é muito subjetivo e não entendo como essas pessoas podem inventar isso", finaliza.
Amhasf - Já a agência de habitação da Capital respondeu no mesmo dia da matéria, sábado (6), e depois emitiu nota na segunda-feira (8) frisando que refuta a tentativa de invasão do local. Contudo, não foi respondido se a denúncia de troca de favores envolvendo o servidor será apurada pelo órgão.
Segundo os moradores, a situação chegou a ser denunciada para o setor de assistência social da Amhasf. No sábado, o grupo negociou uma saída pacífica do terreno no Iguatemi, ficando essa terça-feira como data-limite para tal.
