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Política

Sindicato pede à Câmara que investigue deputado de MS por quebra de decoro

Sevidores acusaram o parlamentar de abuso, por "invadir" o Centro de Especilidades Médicas escoltado por PM de folga

Anahi Zurutuza | 17/07/2020 18:56
Deputado Loester Carlos (no meio da imagem) e no canto direito, policial militar à paisana, com máscara do Bope (Batalhão de Operaçoes Policiais Especiais) (Foto: Reprodução)
Deputado Loester Carlos (no meio da imagem) e no canto direito, policial militar à paisana, com máscara do Bope (Batalhão de Operaçoes Policiais Especiais) (Foto: Reprodução)

O SINDGM/CG (Sindicato dos Guardas Municipais do Município de Campo Grande) enviou ofício ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, para pedir que o deputado por Mato Grosso do Sul, Loester Carlos, do PSL, seja investigado por quebra de decoro após a confusão envolvendo servidores da corporação no CEM (Centro de Especialidades Médicas) nessa quinta-feira (16). Para a entidade, o parlamentar cometeu abusos sob a justificativa de estar fiscalizando a aplicação de recursos públicos.

Na tarde de ontem, Loester levou um grupo de 10 mães para a frente do CEM, segundo disse ele em vídeo postado em rede social, em um protesto contra a falta de “dieta, insumos, fralda e equipamentos para nutrição de acamados, com necessidades especiais”.

Escoltado por um policial militar de folga, servidores o acusaram de usar a força para ter acesso ao local e vistoriar o estoque de medicamentos.

Segundo o sindicato, a manifestação em si já é um desrespeito à legislação local.  “Reuniu populares contrariando o disposto no Decreto Municipal n. 14.376, de 7 de julho de 2020, cujo dispositivo veda até o dia 19 de julho reuniões que gerem aglomeração de pessoas”, informa trecho do documento enviado à Presidência da Câmara.

A entidade que representa guardas municipais, acionados para controlar a situação e pedir que o deputado se retirasse, Loester “causou tumulto visando perpetrar o seu intento de ingressar fisicamente no estoque da unidade, constrangendo os servidores, usuários e em especial os guardas municipais que estavam no local para garantir o cumprimento das medidas de controle sanitário”.

O deputado justifica que uma das prerrogativas do parlamentar é a de fiscalizar o uso do dinheiro público, mas o sindicato pondera que “na atual Constituição, inexiste previsão de acesso imediato, em órgão ou repartição pública, a todo e qualquer documento, registro, processo administrativo, expediente e arquivo, tampouco autorização para examiná-los, vistoriá-los e copiá-los”. “Na verdade, o poder de fiscalização da Câmara é exercido por intermédio de pedidos de informação, convocação de seus auxiliares diretos, investigação por comissão especial de inquérito e tomada e julgamento de contas da administração”, continua o documento.

O ofício é assinado pelo presidente do SINDGM/CG, Alberto da Costa Neto.

O uso de policial de folga para a segurança particular também será investigado. PMs não tem autorização para prestar este tipo de serviço.

Em rede social, o parlamentar defendeu seu direito de fazer a vistoria e disse: "eu não vou parar de fiscalizar e dizer o que penso".

Veja vídeo gravado durante abordagem de guardas:


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