Aos 77 anos, Ribas vê surgir o 1º prédio e corre para expandir rede hoteleira
Os atuais 150 quartos não comportam a demanda e cidade precisa de outros 400
Com 77 anos de história como município, Ribas do Rio Pardo, onde será erguida fábrica de celulose, passa por mudanças econômicas que transformam a paisagem: vai ganhar seu primeiro prédio e cresce às pressas para abrir 400 vagas na rede hoteleira.
Localizado na Rua Valdeci Ramos, o primeiro prédio residencial terá cinco andares, com 16 apartamentos e uma cobertura. A previsão é de que a obra fique pronta em novembro.
Contudo, em breve, será erguido um segundo prédio residencial, este com 28 apartamentos e duas coberturas distribuídos por oito andares.
De acordo com Jefferson Marchi, da JL Construções Tecnológicas, há indicativo de que a expansão vertical de Ribas do Rio Pardo seja acelerada. “A gente tem, por baixo, orçamento para 10 prédios. As empresas querem investir”, afirma.
A prefeitura informa que o município tem déficit de 3 mil moradias. Para atender quem vem de passagem, a cidade corre para ampliar a rede hoteleira. Os atuais 150 quartos não comportam mais a demanda de visitantes.
“Está pequena, mas tem grandes hotéis sendo construídos. Nós teremos em hotéis, fora alojamento, aproximadamente 400 novos quartos”, afirma o prefeito João Alfredo Danieze (Psol).
Logo na entrada da cidade, que margeia a BR-262, o cenário é de obra no Marqueza Park Hotel, instalado há 25 anos no município.
A capacidade vai aumentar de 72 para 90 hóspedes. “Em 2020, o hotel teve lotação máxima em quatro vezes”, conta a proprietária Lady Laura Silva Zanela. Agora, o mais comum é não ter vagas.
Além da reforma no refeitório e novos leitos, o hotel precisou terceirizar serviços de lavanderia e passagem de roupas. A expansão já havia sido programada pela proprietária antes do anúncio da fábrica e, agora, acontece a tempo de aproveitar o crescimento da cidade.
Os comerciantes também já percebem que há mais dinheiro em circulação pela cidade. É visível que muitos optam pelo “dinheiro vivo”, tirando, por exemplo, R$ 700 em cédulas da carteira para pagar compras no supermercado.
A melhoria da renda aumenta a possibilidade de vendas para Melryeli dos Santos, proprietária da loja de roupas Parada Obrigatória, no Centro da Cidade.
Ela conta que Ribas do Rio Pardo enfrentou dias difíceis, principalmente, em 2013, quando fecharam siderúrgica, serraria e frigorífico.
“Foi uma batalha. Mas melhorou bastante, a população está com mais dinheiro”, diz. A comerciante emprega duas funcionárias e planeja contratações extras para atender a clientela no fim do ano.
Fortuna da celulose - A fábrica da Suzano tem investimento de R$ 14,7 bilhões e impacta fortemente as finanças. Com excesso de arrecadação de R$ 27 milhões, a prefeitura deve triplicar o orçamento nos próximos anos, chegando a R$ 350 milhões, e projeta mais oito mil moradores. A planta de celulose será a maior empregadora da cidade.
O perfil econômico do município é formado pela pecuária (que ocupa 65% da área), soja (50 mil hectares), carvoarias e uma fábrica em atividade, responsável por 180 empregos diretos e 450 indiretos.