Quem faz Campo Grande crescer? Conheça a cidade que é feita de gente

Campo Grande está fazendo 125 anos. São muitos anos de construção, avanço, recomeços e, principalmente, história. Para conquistar tudo isso, é preciso mão de obra, afinal quem transforma o pedaço de terra em uma cidade são as pessoas.

Entre os quase 900 mil habitantes da Capital Morena, o Campo Grande News teve o prazer de conhecer e contar a história de seis e entender, pelos olhos deles, do que essa cidade é feita.

Para cumprir essa missão de conhecer o campo-grandense, a nossa equipe foi até Centro, o coração da Capital. Lá paramos para tomar uma água e conhecemos a dona Elza, ambulante que vende pipoca, algodão doce e água nos dias quentes.

Já faz 23 anos que a Dona Elza da Silva sai todos os dias do Bairro Coophavila e desembarca no Centro para trabalhar. Seja dia de sol ou de chuva, ela é conhecida na praça por estar com o bom humor e a pipoca quentinha.  Ela nasceu em Naviraí e, em 1981, veio à Campo Grande buscando oportunidades. Hoje, com 63 anos, cinco filhos, 15 netos e oito bisnetos, ela se considera muito feliz morando na capital.

"Eu gosto tanto de Campo Grande que nunca mais saí daqui. É um lugar bom para trabalhar, tem muita oportunidade. Espero ficar muitos anos aqui ainda", afirma a ambulante. Dona Elza é uma parte da cidade. Pode não ter nascido aqui, mas além de fazer parte do dia a dia da Capital, construiu família e muita história nessas ruas.

Além da praça, Campo Grande é rica em lugares cheios de beleza. Isso é graças a quem põe a mão na massa. É o caso do jovem Lucas Franco. Em meio a um dia quente de trabalho no sol, ele definiu a Capital aniversariante como "a Capital do coração aberto".

"Eu acho uma cidade maravilhosa. Ela traz as pessoas de fora para querer morar aqui. A segurança é muito boa, é tudo muito bonito", afirma Lucas. Na conversa breve no intervalo do concerto que fazia em uma calçada na Avenida Afonso Pena, ele deixou claro que a aniversariante está de parabéns.

Seja para quem, literalmente, constrói ou para quem vem conhecer Campo Grande e faz dela um lar, os moradores mostraram que a cidade está de portas abertas. Dá para tirar essa conclusão a partir da história da família Araújo.

Elizabet Araújo veio de Pernambuco com os pais, ainda quando jovem, morar em Campo Grande. Aqui a cantora gospel cresceu, casou, teve a filha Talita e o neto Davi. Voltando para casa depois de um longo dia de coisas para resolver no centro, Talita me parou ao lado de um ponto de ônibus para falar da cidade. Ela tem 19 anos, é campo-grandense e não pretende se mudar. "Aqui tem muito lugar para sair, cidade boa para criar meu filho", afirma a estudante.

Quem mora na cidade sabe que a rua 14 de julho tem de tudo. Noite animada e dia mais vivo ainda. Entre as pessoas que vêm e vão durante o dia todo, estava o artista Divino Donato. Ele é viajante e não tem raízes em lugar nenhum, trabalha indo de cidade em cidade transmitindo as belezas que os olhos veem para o papel. Chegou no dia da entrevista em Campo Grande e só tem coisas boas pra dizer sobre quem conheceu.

"Me falaram que a cidade é muito boa, muito grande. Eu vim de Maringá, não conheço ninguém, vim na cara e na coragem e confiando na cidade", afirmou o artista. Ele não sabia que era aniversário da Capital, mas depois que contei a ele, pretende ficar para ver o desfile.

Pipoqueiros, ambulantes, funcionários públicos, cantores, jovens, artistas e muito mais. Conversando com eles, uma pequena parcela do povo que dá vida e transforma as ruas de Campo Grande em uma capital repleta de belezas e oportunidades, fica evidente que a cidade é feita de quem a compõe. Em seus 125 anos, a capital morena atraiu gente de todos os lugares do país, e hoje é composta por pessoas felizes, trabalhadoras e que contribuem para construí-la cada vez mais.