Em tempos de pandemia, “Vai pra Cuba” ganha novo significado
“Vai pra Cuba”. A frase com sentido pejorativo que se tornou refrão no Brasil ganhou outro significado nestes tempos de pandemia de coronavírus. É que o país caribenho de 11,3 milhões de habitantes anunciou para 2021 a produção de 100 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 e desde o último sábado, 6, abriu suas fronteiras para os turistas que quiserem se vacinar.
Há quem não concorde com o turismo de vacinação, considerando que pessoas de outras regiões e de outros países podem tomar a frente de nativos idosos ou de grupos de risco, mas com certeza o governo cubano tem opinião bem diferente, respaldada no fato de que só este ano irá produzir 9 vezes mais doses de vacinas que toda a sua população.
Por isso, em Cuba o turismo da vacina está escancarado para quem pode viajar, reforçar a economia do país e ainda voltar para casa imunizado. "Praias, Caribe, mojitos (coquetel a base de rum branco) e vacinas, tudo em um só lugar", diz um vídeo promocional divulgado pela rede de televisão TeleSur. "Viajaria a Cuba para se vacinar?", ressalta.
De acordo com as autoridades cubanas, os turistas que viajarem ao país serão mandados a hotéis para aguardar os resultados dos testes feitos na chegada, e terão que ficar em quarentena até que tenham o diagnóstico negativo da doença. Depois de liberados, poderão ser vacinados se quiserem.
A produção de 100 milhões de doses anunciada pelo governo de Cuba refere-se apenas a vacina Soberana 2, com previsão de que seja autorizada para uso emergencial em março, quando estará em Fase 3 de testes clínicos, mas o país caribenho tem outras três marcas de vacinas contra a Covid-19 em fases avançadas de desenvolvimento. Além disso, Cuba faz parte da lista de países que podem fabricar a vacina russa Sputnik V.
Se você é do tipo que concorda ou não concorda com o turismo de vacinas, saiba que Cuba não é o único país a ter essa iniciativa. Em 6 de dezembro de 2020, o jornal indiano The Print trouxe matéria de capa com a notícia de que agências de viagens indianas estavam planejando "turismo de vacinas" com pacotes para o Reino Unido, Estados Unidos e Rússia.
No caso específico do Reino Unido, conforme a matéria do jornal indiano, os pacotes oferecidos por agências de viagens incluíam até a opção pela vacina Pfizer-BioNTech Covid, que havia acabado de ser aprovada.